O governo Lula reduziu drasticamente as verbas publicitárias ao X – antigo Twitter – ao longo do ano de 2024. O período foi marcado não somente pela suspensão por aproximadamente 30 dias das atividades da plataforma no país como também pela intensificação dos ataques da primeira-dama Janja ao dono do X – Elon Musk.

Segundo dados levantados pela Folha de S. Paulo, o X recebeu em 2024 apenas 325 mil reais das campanhas publicitárias do governo federal. Em 2023, o valor repassado foi de 8 milhões de reais. Deste favor, 5 milhões de reais foram aplicados em campanhas contra notícias falsas no X.

No ano passado, o X também foi contemplado com campanhas institucionais do Ministério da Saúde como anúncios para promover a vacinação contra Covid, e de ações de combate à dengue.

Em 2024, a Meta – dona do Facebook – recebeu 5,5 milhões de reais e lidera os repasses da Secom, conforme a Folha. Depois, seguem Google com 2,7 milhões de reais; Kwai, com 2,7 milhões de reais e Tik Tok, com 980 mil reais.

Como mostramos nesta segunda-feira, 18, integrantes da Câmara dos Deputados apresentaram uma moção de repúdio à primeira-dama após ela ter atacado Musk durante evento preparatório à cúpula dos líderes do G20.

Durante o final de semana, ela usou a expressão “fuck you”, o equivalente a “vá se foder” em português para se referir a Musk.

Dono do X (antigo Twitter), Musk reagiu nas redes sociais e disse que o grupo político de Janja e Lula “vão perder as próximas eleições”.

Janja acatou Musk enquanto ela discursava sobre regulamentação das plataformas digitais. A fala irritou, inclusive, integrantes do Palácio do Planalto que viram no ato uma atitude desnecessária da primeira-dama.

Vai sobrar para Mauro Vieira

Nesta segunda-feira, 18, pelo menos três deputados apresentaram pedidos de moção de repúdio: Gustavo Gayer (PL-GO), Evair de Melo (PP-ES) e Zé Trovão (PL-SC). A oposição também pedirá a convocação do ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, para explicar as implicações ao Brasil deste episódio

“A manifestação pública em questão, amplamente divulgada pela mídia nacional e internacional, trouxe grave prejuízo à imagem do Brasil”, disse o deputado Evair de Melo no seu pedido de moção de repúdio.

“O Brasil é reconhecido por sua capacidade de diálogo e por sua postura conciliatória nas relações exteriores. Incidentes como estes podem prejudicar futuras negociações diplomáticas e comerciais, não apenas com os Estados Unidos, além de criar desnecessários desgastes com lideranças e empresários de relevância global”, declarou Zé Trovão.