Trump mantém apoio a Gaetz, Hegseth e RFK, apesar das acusações
Presidente eleito aposta em nomes polêmicos para seu gabinete, ignorando resistência no Senado e repercussão negativa
Donald Trump, presidente eleito dos Estados Unidos, mantém sua decisão de nomear Matt Gaetz, Pete Hegseth e Robert F. Kennedy Jr. para posições-chave em seu governo, apesar de denúncias contra os três.
As acusações, que incluem envolvimento com menores de idade, alegações de estupro e disseminação de desinformação sobre vacinas, provocaram forte repercussão pública e resistência no Senado.
Gaetz, indicado para procurador-geral, enfrenta alegações de que teria pago por atos sexuais e se envolvido com menores. Hegseth, escolhido para comandar o Departamento de Defesa, é acusado de drogar e estuprar uma mulher em 2017, caso que resultou em um acordo financeiro. Kennedy Jr., nomeado para o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, é conhecido por suas posições antivacina e teorias da conspiração, incluindo alegações infundadas sobre a segurança de vacinas e a disseminação de desinformação durante a pandemia de COVID-19.
Trump, no entanto, desconsidera os escândalos e defende as nomeações como parte de uma estratégia disruptiva para reformar as instituições. “Quero líderes que rompam com o status quo, independentemente de suas credenciais tradicionais”, teria dito Trump a aliados próximos. Ele aposta que, mesmo com rejeições no Senado, substitutos terão aprovação facilitada pela necessidade de compor o gabinete.
As indicações, porém, não passam despercebidas. Em entrevista à MSNBC nesta segunda-feira, Elise Jordan, ex-assessora de George W. Bush, alertou para os riscos de segurança nacional que candidatos com possíveis problemas legais podem representar. “Essas são acusações horríveis. Candidatos com questões legais pendentes podem ser alvos fáceis para governos e agências de espionagem estrangeiras”, afirmou.
Jordan destacou que a avaliação vai além de questões morais, envolvendo a capacidade dos indicados de exercer cargos de alta responsabilidade. Senadores republicanos, como Markwayne Mullin, têm mostrado divisões internas. Mullin declarou apoio inicial a Hegseth, mas indicou que poderia mudar de posição diante de novos desdobramentos.
Paralelamente, Trump surpreendeu ao se reunir com os apresentadores do Morning Joe, Joe Scarborough e Mika Brzezinski, conhecidos críticos ferozes de sua gestão anterior. O encontro, descrito como “tenso, mas produtivo”, abordou temas como aborto e liberdade de imprensa. Trump afirmou que deseja manter canais de diálogo abertos, mas deixou um aviso: “Se não for tratado de forma justa, isso mudará”.
As polêmicas escolhas de Trump para seu gabinete refletem sua aposta em estratégias arriscadas, desafiando resistências políticas e testando os limites da lealdade republicana no Senado.
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