A onda Bolsonaro e a ressaca do PT na disputa presidencial
A disputa presidencial de 2018 foi a mais surpreendente desde a redemocratização, desmentindo todas as previsões. Às 19 horas e 18 minutos do dia 28 de outubro, a apuração de votos do TSE consagrou vencedor, com 55,1% dos votos válidos, um capitão reformado do Exército com carreira inexpressiva no Parlamento...
A disputa presidencial de 2018 foi a mais surpreendente desde a redemocratização, desmentindo todas as previsões jornalísticas.
Às 19 horas e 18 minutos do dia 28 de outubro, a apuração de votos do TSE consagrou vencedor, com 55,1% dos votos válidos, um capitão do Exército com carreira estridente, mas inexpressiva no Parlamento e que havia feito campanha com pouquíssimo tempo de TV e recursos financeiros escassos (cerca de um quinto do gasto do adversário de segundo turno). Para compensar, ele se apoiou em ações nas redes sociais e no corpo a corpo com eleitores em viagens pelo Brasil.
Jair Bolsonaro derrotou não apenas o poste de Lula, Fernando Haddad, mas também, no turno derradeiro, a engrenagem do PT e, no preliminar, as das demais agremiações políticas estabelecidas (algumas há décadas) no país.
No primeiro turno, o pedetista Ciro Gomes ficou em terceiro lugar. O PSDB amargou a quinta derrota consecutiva, mas com um sabor bem mais pronunciado: com Geraldo Alckmin, os tucanos não conseguiram chegar ao 2º turno — fato inédito desde 1989 — e o partido acabou com pouco mais de 4% dos votos válidos.
A intermitente Marina Silva, que teve 21% dos votos no pleito de 2014, terminou em 2018 com apenas 1% dos votos válidos, atrás de Henrique Meirelles (1,20%), Cabo Daciolo (1,26%) e João Amoêdo (2,50%).
Mais do que tudo, a vitória de Bolsonaro marcou a rejeição do eleitorado a Lula, ao PT e à insistência de ambos em tentar fazer a população engolir mais uma vez um poste.
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