STF mantém prisão preventiva de Domingos Brazão
Ministro Alexandre de Moraes, do STF, destacou que a decisão busca evitar interferência nas investigações do 'Caso Marielle'
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta segunda-feira, 18, por unanimidade, manter a prisão preventiva do conselheiro de Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL).
Os ministros analisaram um recurso da defesa de Brazão em que pedia a liberação com a aplicação de medidas cautelares. O relator, ministro Alexandre de Moraes, votou favorável à manutenção da prisão, com a justificativa de que a decisão busca evitar interferência no caso.
Moraes destacou que a prisão deve ser mantida em função da gravidade das acusações e de uma possível interferência nas investigações, caso Brazão fosse solto. Ele foi acompanhado dos votos de Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.
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Brazão chorou em depoimento
Em depoimento ao STF no dia 22 de outubro, Domingos Brazão chorou ao falar da vereadora e disse que preferia ter “morrido no lugar de Marielle.”
Assim como o seu irmão Chiquinho Brazão, outro acusado de ser mandante do crime, Domingos disse que não conhecia Ronnie Lessa, o autor dos disparos contra Marielle, e quem trouxe o nome dos dois à tona.
“Se ele tivesse me matado, ele tinha feito um mal menor à minha família. Ia morrer com honra. Não ia estar passando por esse problema. Ele fez pior com a gente. Você vê que a Marielle, mesmo com pouco tempo de trabalho político, ela foi muito mais reconhecida depois da morte”, disse Domingos Brazão.
Além deles, o ex-chefe da Polícia Civil e delegado Rivaldo Barbosa é acusado de ter auxiliado no planejamento do crime.
Relembre o ‘Caso Marielle’
Marielle foi executada a tiros em março de 2018, junto de seu motorista, Anderson Gomes, no bairro do Estácio, região central do Rio, quando voltava de um encontro político na Lapa.
O crime de repercussão internacional deu início às investigações que, um ano depois, apontaram para a prisão dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Elcio Queiroz. Os dois foram responsáveis pela execução de Marielle.
Em março deste ano, o ministro Alexandre de Moraes expediu um mandado de prisão contra os irmãos e parlamentares Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, apontados como mandantes do crime. além do delegado Rivaldo Barbosa, suspeito de ajudar a planejar e atrapalhar as investigações.
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