O presidente do PL no Rio de Janeiro e líder do partido na Câmara dos Deputados, Altineu Côrtes, trouxe à tona mais um episódio das desavenças entre o governador Cláudio Castro (PL-RJ) e o prefeito Eduardo Paes (PSD). Em entrevista ao jornal O Globo, Altineu saiu em defesa de Castro e classificou como “oportunistas” as críticas feitas por Paes à gestão estadual. Para o parlamentar, o ataque do prefeito teria motivações políticas, com os olhos já voltados para as eleições de 2026.

“Apesar de a eleição ser em 2026, ele está em uma agenda eleitoral oportunista, covarde. O governador sempre atendeu o prefeito do Rio com muito respeito, sempre muito benevolente. Com a concessão da Cedae, a cidade do Rio foi a que mais se beneficiou”, declarou.

Altineu não deixou de alfinetar outro grande crítico da gestão de Castro, o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ). “O Pedro Paulo sabe da luta do governador para rever a dívida do estado, tudo que fez para colocar o Rio no Regime de Recuperação Fiscal, ele acompanha essas matérias em Brasília. Tenho certeza que ele está fazendo um papel a mando do Eduardo Paes para aquecer essa disputa eleitoral que vai vir em 2026. Está sendo usado”.

Ao ser questionado sobre as articulações do PL para a sucessão do atual governador do Rio de Janeiro, o presidente regional do partido destacou a importância da coalizão formada com outras legendas. “Nosso objetivo é unir os partidos aliados: PL, PP, MDB, União Brasil, Solidariedade e Republicanos — que, juntos, têm 75 das 92 prefeituras. Temos que decidir o futuro juntos. O PL não precisa ter candidato a governador nem a vice-governador, o desenho passa por ter as duas vagas para o Senado”, ponderou.

E reforçou: “Acredito muito na força da construção de partidos, ao contrário do prefeito Eduardo Paes, que tem uma política só de um grupo pessoal. Acredito que essa força nos leva à vitória em 2026. O presidente da Assembleia, Rodrigo Bacellar, já colocou um desejo de ser candidato. Tem o Washington Reis, que demonstrou uma força política muito grande. O nome se constrói, mas nossa fortaleza é a unidade”.

Ingratidão e agiotagem

Altineu também falou da dívida do Rio de Janeiro com a União, aproveitando a ocasião para reforçar sua defesa ao correligionário Cláudio Castro. “Governadores sempre olharam apenas a questão momentânea, mas Castro está mirando a origem da dívida. O governo federal é um agiota muito mau para o Rio. O estado paga, paga, paga, e a dívida continua aumentando”, comentou.

E completou: “O momento em que essa dívida mais cresceu foi com a Olimpíada, e o Paes mais uma vez ficou numa situação confortável. Se eles têm responsabilidade política, em vez de oportunismo, deveriam ajudar o governador a aprovar o que o Rio precisa, que é sair dessa agiotagem. O Eduardo é um ingrato com o governador, que sempre ajudou a cidade”.