Recentemente, a questão da redução da jornada de trabalho tem sido amplamente debatida no Brasil, especialmente após a apresentação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) pela deputada Erika Hilton, do PSOL-SP. Este projeto visa modificar as normas vigentes das jornadas de trabalho, com foco particular na eliminação da escala de trabalho 6×1, um tema que provoca discussões intensas entre empregadores e trabalhadores.

A escala 6×1, parte da legislação desde a Constituição de 1988, determina que os trabalhadores trabalham seis dias seguidos com direito a um dia de descanso. Embora comum, não é a única estrutura de jornada de trabalho no país. Diversos modelos têm surgido, seja por força de lei ou de acordos coletivos, oferecendo diferentes possibilidades para setores econômicos variados.

Modelos de Jornada de Trabalho no Brasil

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) de 1943 estabeleceu a jornada padrão, que ainda é amplamente utilizada. Ela prevê uma carga semanal de 44 horas, com oito horas diárias de segunda a sexta-feira e mais quatro horas no sábado. Embora menos comum, ainda é encontrada em áreas como administração pública e contabilidade.

A jornada 12×36, validada pela Súmula 444 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) em 2012, propõe 12 horas de trabalho seguidas por 36 horas de descanso. Setores como saúde, segurança e indústrias de operação contínua frequentemente adotam esse regime. Profissionais da saúde e vigilantes são exemplos de trabalhadores desse modelo.

A Jornada Ideal: Um Mito ou Realidade?

A definição da jornada de trabalho “ideal” varia conforme o tipo de ocupação e as necessidades de empregadores e empregados. A jornada 5×1 funciona bem no setor de comércio, onde a interação direta com clientes é intensa, enquanto a 6×1 é bastante comum em áreas como alimentação e comércio de rua.

A inovação nas negociações coletivas introduziu modelos como a jornada 4×3, em teste internacional e recente no Brasil. Esse regime de quatro dias de trabalho com três dias de descanso busca equilibrar produtividade e qualidade de vida.

Impactos das jornadas alternativas no mercado de trabalho moderno

Modelos não convencionais, como o meio período e o trabalho intermitente, estão em ascensão devido à flexibilidade que oferecem. O meio período é atraente para estudantes e setores de comércio, com jornadas entre 4 a 6 horas diárias. Já a jornada intermitente, formalizada pela Reforma Trabalhista de 2017, permite que trabalhadores sejam chamados conforme a demanda, sendo uma escolha popular para eventos e varejo.