Mauro Cid é intimado a prestar novo depoimento à PF
A Polícia Federal conseguiu recuperar dados que foram apagados de dispositivos usados pelo ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro
A Polícia Federal convocou o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, para prestar novo depoimento na próxima terça-feira, 19, na sede da corporação, em Brasília.
Cid deve ser questionado sobre arquivos deletados de computador apreendido. A PF conseguiu recuperar dados que foram apagados dos dispositivos eletrônicos utilizados pelo tenente-coronel.
O advogado de Mauro Cid, Cezar Bittencourt, disse não ver motivos para que o acordo de delação de Cid seja reavaliado após a revelação e que se algo ficou sem resposta foi por esquecimento.
“Ele vai responder tudo. Foram quatro anos de trabalho ao lado do ex-presidente Bolsonaro, não tem como lembrar de tudo”, afirmou ao g1.
“É comum que surjam novas informações e questionamentos e esse vai e vem faz parte quando se está colaborando”, acrescentou.
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro está no centro de uma série de investigações. Uma delas envolve sua participação em uma tentativa de golpe de Estado, em 2022, para impedir a posse de Lula. Cid teria revelado em sua delação premiada detalhes de reuniões entre Bolsonaro e militares para discutir essa articulação.
Mauro Cid detalha agenda de Bolsonaro
Em depoimento à PF em março, o tenente-coronel Mauro Cid confirmou a realização de cinco reuniões entre o ex-presidente Jair Bolsonaro, membros do seu governo e militares para a discussão de um plano de golpe de Estado.
Entre as reuniões confirmadas por Cid está aquela na qual Filipe Martins, ex-assessor especial da Presidência, e o advogado Amauri Feres Saad apresentaram a Bolsonaro uma minuta com proposta de um decreto de golpe de Estado.
Aos investigadores, Cid afirmou que o texto foi discutido novamente em um encontro posterior entre Bolsonaro e os comandantes das Forças Armadas, após ajustes solicitados pelo próprio ex-presidente.
O terceiro encontro detalhado por Cid foi conduzido pelo coronel Bernardo Romão Correia Neto, assistente do Comando Militar do Sul na época.
Realizada em 28 de dezembro de 2022, a reunião contou com a participação de oficiais com formação em forças especiais e assistentes de generais supostamente favoráveis ao golpe.
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