Sebastião Melo: “Time que não joga, não ganha”
Prefeito reeleito de Porto Alegre defende que o MDB seja protagonista na próxima eleição presidencial e fortaleça campo da centro-direita
Em entrevista ao programa Meio-Dia em Brasília desta sexta-feira, 15, o prefeito reeleito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), defendeu que o seu partido discuta uma candidatura própria para as próximas eleições gerais.
Segundo ele, é necessário se separar o papel de gestor e o de ator político. Apesar de ele ter tecido críticas ao governo federal pela forma como o Planalto conduziu o apoio a Porto Alegre após as enchentes de maio, ele disse que mantém uma boa relação com a gestão Lula.
“Uma coisa é fazer crítica, outra coisa é ter posicionamento. Eu sou um prefeito que me posiciono em relação aos temas regionais, aos temas locais, aos temas federais. Mesmo assim, eu tenho uma relação muito boa com o governo, com seus ministros, enfim. Agora, lançar uma candidatura é algo natural de um partido político. A gente só ganha campeonatos, se a gente jogar futebol, não é? Time que não joga, não ganha”, defendeu Melo.
“O MDB saiu fortalecido das eleições municipais, tem um grande líder que é o Baleia [Rossi], de quem eu gosto muito, entre outros quadros importantes. O que eu tenho defendido? Primeiro a gente conversa dentro de casa. Mas acho que o MDB deveria analisar os quadros atuais. Nome se constrói. Lembra do Collor, por exemplo? Saiu com 2%, e depois foi eleito”, acrescentou o prefeito.
“Se o MDB não tiver uma candidatura própria, qual é o caminho? O caminho que eu defendo é que nós pudéssemos ajudar a construir uma aliança de Centro-Direita. Política a gente tem que discutir, não se pode tomar uma decisão por vídeo. Agora, eleição municipal é uma coisa, outra é a nacional. A eleição nacional tem outra lógica”, declarou o prefeito.
Melo venceu as eleições em Porto Alegre com 406 mil votos, 61,53% do total, na disputa contra Maria do Rosário (PT).
Desafios do prefeito Sebastião Melo: Covid e enchentes
Para ele, o primeiro mandato foi um grande desafio, principalmente pelo fato de ele ter enfrentado duas crises seguidas: a da Covid (2021) e a cheia do Rio Guaíba.
“Nós assumimos a Prefeitura no meio de uma grande crise humanitária que era o Covid, né? E estamos juntos, com a população. O prefeito nunca faz nada sozinho, nós lideramos esse processo. Foi uma retomada da cidade, especialmente com um foco muito forte no desenvolvimento econômico”, disse Melo.
O prefeito de Porto Alegre instaurou um gabinete de transição para fazer uma avaliação sobre tudo o que deu certo até agora e o que pode ser melhorado de agora em diante. Para ele, essa avaliação será essencial para os novos projetos da Prefeitura.
“O prefeito não tem uma pauta única. Tem duas, três, dezenas. Nós estamos enfrentando, desde que antes da eleição, as obras emergenciais, as cheias e a questão da segurança. Esse é o desafio. Mas a gente tem que avançar”, declarou.
“Nós temos que ter a capacidade de fazer uma análise crítica. Estamos fazendo reuniões com secretários, com autarquias, com departamentos. Ou seja, o que nós estamos fazendo? Um amplo debate. Eu sou o maior incentivador dos debates”, disse.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)