Desafios financeiros e expansão internacional da montadora Neta
A montadora Neta enfrenta dificuldades financeiras na China, com cortes de salários e redução da produção.
A montadora Neta, operada pela Horizon Auto, está enfrentando dificuldades em sua base na China. Informações do site Car News China indicam que a empresa precisou tomar medidas drásticas, como a redução de salários e a diminuição da produção em sua fábrica de Zhejiang devido a débitos com fornecedores. Além disso, seu quadro de funcionários vive um ambiente de incerteza, com atrasos nos pagamentos, especialmente para o alto escalão.
Em resposta à crise, a Horizon Auto lançou um plano de incentivo, que inclui a distribuição de 5% de suas ações para os funcionários. Em paralelo, a produção na fábrica principal, que possui capacidade para 200 mil veículos anuais, foi interrompida em outubro, ampliando a ansiedade interna. Na esfera digital, a Neta tornou-se mais reservada, com seu CEO, Zhang Yong, optando pelo silêncio em redes sociais populares como Weibo e TikTok por um período significativo.
Como a queda nas vendas afetou a Neta?
A trajetória da Neta sofreu um revés notável em comparação às suas metas ambiciosas. Em 2022, a empresa se destacou no mercado de veículos de novas tecnologias (NEVs) na China, mas este ano as vendas não atingiram as expectativas. Entre janeiro e setembro, menos de 54 mil unidades foram vendidas, representando menos de 30% da meta anual. A incapacidade de entregar o modelo Neta S Hunting na versão Pro devido à falta de componentes agravou a situação.
Essa queda de desempenho se traduziu em prejuízos financeiros para a Horizon Auto, que acumulou perdas bilionárias nos últimos anos. Entre as razões, estão déficits muito superiores às reservas em caixa, enfatizando a urgência de uma reestruturação estratégica.
Qual é o papel da expansão internacional na recuperação da Neta?
Como estratégia de recuperação, a Neta iniciou a expansão para mercados internacionais, visando países do Sudeste Asiático, Ásia Central, África do Sul, e América Latina, além de um breve interesse na Europa. O Brasil foi escolhido como uma importante base na América Latina, com planos de introduzir modelos como o Neta Aya, X e o esportivo GT. Contudo, a execução destes planos encontrou obstáculos, com o lançamento da pré-venda dos veículos ocorrendo mais tarde que o previsto.
Barreiras legais e burocráticas atrasaram o início das vendas no Brasil, e o silêncio sobre os locais de comercialização preocupa os concessionários. Essa incerteza levou algumas concessionárias a reconsiderarem parcerias, especialmente devido a cláusulas contratuais restritivas no caso de uma eventual saída do mercado brasileiro.
O futuro da Neta no mercado global
A Neta afirmou que a pré-venda começou em novembro, prometendo um comunicado oficial para dissipar dúvidas sobre seus pontos de venda. A conquista de novos mercados pode ser crucial para aliviar suas dificuldades financeiras e recuperar a confiança perdida.
Com o apoio da listagem na Bolsa de Valores de Hong Kong, a empresa espera renovar suas estratégias e conseguir os fundos necessários para um retorno formidável. A possibilidade de estabilizar sua situação na China enquanto amplia sua presença global será um marco decisivo na trajetória da Neta nos próximos anos.
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