Lula quer ensinar Trump, mas não consegue conter queimadas
Até o início de novembro, o Brasil já registrou mais de 248 mil focos de incêndio
Questionado sobre uma eventual decisão de Donald Trump retirar novamente os Estados Unidos do Acordo de Paris, o presidente Lula (PT) afirmou que o republicano deveria pensar como um “habitante do planeta Terra”. O petista, no entanto, ainda não conseguiu conter totalmente as queimadas que castigam a Amazônia e o Cerrado.
Dados do sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontam que o país registrava 998 focos de incêndio na quarta-feira, 6, considerando todos os biomas brasileiros.
O Pará era o estado com maior número de queimadas, 378, seguido por Maranhão, 279, e Piauí, 90.
Cinco dos seis biomas brasileiros registraram incidência de fogo.
Na quinta, 7, 223 focos de incêndio permaneciam ativos, sendo 78 no Pará, 54 no Amazonas e 30 em Pernambuco, segundo o BDQueimadas.
Em agosto, o Brasil atingiu o pior número de queimadas em 14 anos: 68.635 ocorrências, o quinto maior índice da série histórica iniciada em 1998, com alta de 144% em relação ao mesmo período de 2023. Setembro, com 83.154 focos de incêndio, foi o pior mês do ano em número de queimadas até o momento. Foi, também, o setembro com maior número de queimadas desde 2010, quando foram registrados 109.030 focos de incêndio. Na ocasião, o governo também era de Lula, que passaria o cargo à sua sucessora e também petista, Dilma Rousseff, em janeiro de 2011.
Até o início de novembro, o país já registrou mais de 248 mil focos de incêndio.
Lula tenta ensinar Trump
À CNN Internacional, Lula disse que o presidente eleito dos EUA deveria “pensar como um habitante da Terra”.
“Acredito que o presidente Trump tem de pensar como um habitante do planeta Terra. E se ele pensa como o governante do país mais importante, mais rico do mundo, que tem mais tecnologia e que é melhor preparado do ponto de vista bélico, ele tem de ter a noção de que os Estados Unidos estão no mesmo planeta que eu estou e que uma ilha de 300 mil habitantes”, afirmou.
Os EUA e o Acordo de Paris
Em seu primeiro governo, Trump cumpriu a promessa de campanha e retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris por considerar “injusto” o documento assinado pelos países:
“Para cumprir o meu dever solene de proteger os Estados Unidos e os seus cidadãos, os Estados Unidos vão se retirar do acordo climático de Paris, mas iniciam as negociações para voltar a entrar no acordo de Paris ou em uma transação inteiramente nova em termos justos para os Estados Unidos, suas empresas, seus trabalhadores, suas pessoas, seus contribuintes”, afirmou o republicano em 2017.
O retorno dos EUA ao Acordo de Paris ocorreu em 2021, quando Biden prometeu a redução das emissões de gases estufa no país e “combater as mudanças climáticas em parceria com os outros países”.
Leia em Crusoé: Queimadas ‘do amor’
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