Caiado ‘sobe o tom’ em reunião com Lula e critica Sistema Único de Segurança Pública
"SUS e sistema de Educação não podem ser confundidos com SUSP, são coisas distintas", disse o governador goiano
O governador do estado de Goiás, Ronaldo Caiado, fez oposição à proposta de unificação das forças de Segurança Pública apresentada pelo governo Lula. O goiano começou sua participação no encontro do presidente petista com os governadores defendendo a “humildade para reconhece experiências práticas” e questionando a ideia de criar no Brasil um sistema integrado de policiamento.
“A teoria é muito fácil, mas a praticidade é totalmente diferente. Se partirmos de premissas erradas, vamos chegar a conclusões erradas. Com todo o respeito, mas o SUS e sistema de educação não podem ser confundidos com SUSP, são coisas distintas”, disse.
E acrescentou:
“Eu trato a pneumonia, o câncer e fratura exposta de forma igual em qualquer Estado. Busco a educação de qualidade, alfabetização em qualquer município e Estado. Agora, segurança pública tem peculiaridades. Conheço a segurança pública de Goiás, mas não conheço na Amazônia, não sei como tratar em região de fronteira, no litoral”.
Para o governador, a PEC em debate enfraquece os entes federados e inverte fatores na consolidação de uma estrutura de Segurança Pública eficaz. “O governo federal tem de servir de apoio a nós, e não o governo e o Congresso quererem ditar regras para os entes federados. É uma inversão completa que parte de uma premissa totalmente errada”, declarou.
Caiado lamentou, na presença do ministro do STF, Flávio Dino, a contestação judicial de leis estaduais. Segundo ele, em Goiás, uma dessas normas, previa inafiançabilidade para o crime de incêndio criminoso cometido durante a seca. Mas foi derrubada pelo Supremo.
“Prendi 12 bandidos, criminosos. Imediatamente, o Tribunal de Justiça derrubou a lei, dizendo que não podia legislar sobre a pena. Veio para o Supremo e derrubou na hora. Soltei 12 bandidos para continuar queimando a cana em Goiás. A que ponto chegamos? De que vale um governador? Cabe a mim pagar a Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Técnica Científica e receber ordem do Congresso e da União, que vão dizer como devo abordar o crime”, afirmou.
Ainda segundo Caiado, o Estado de Goiás legislou para que “faccionado e estuprador” não tenham visita íntima. “Infelizmente o PT Nacional entrou com uma ADIN contra mim e tá no Supremo para ser julgada agora”.
Ao chegar ao Palácio do Planalto nesta quinta-feira, o governador de Goiás marcou posição contra a proposta de unificação da Segurança Pública. “Retirar prerrogativas dos estados e concentrar prerrogativas na União, isso é inaceitável, inadmissível e sem dúvida, esse projeto que foi, de certa maneira… Eu como governador fiquei sabendo por vocês, pela mídia”, reclamou Caiado.
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