Em um marco significativo para a energia nuclear do Japão, a Tohoku Electric Power reinstalou seu reator No.2 em Onagawa. Localizada no norte do Japão, a usina nuclear opera com reatores de água fervente, idênticos aos da Fukushima, afetados pelo desastre de 2011. A retomada ocorre pela primeira vez após mais de uma década desde o trágico evento.

O reator de Onagawa, com capacidade de 825 megawatts (MW), representa agora um total de 13 reatores nucleares operacionais no Japão. Este número eleva a capacidade total de produção de energia nuclear do país para 12.433 MW, refletindo um crescimento importante em meio aos esforços de diversificação energética.

Quais são os impactos do retorno das usinas nucleares?

A reativação dos reatores tem várias implicações para o Japão, não apenas no setor energético, mas também em termos econômicos e ambientais. Com o reator de Shimane no oeste do país também se preparando para retomar as operações, a demanda por gás natural liquefeito (GNL) poderá reduzir já no próximo ano.

O aumento da atividade nuclear está alinhado com a estratégia do Japão de atender à crescente demanda energética, especialmente de setores como semicondutores e data centers. Estes são fundamentais para o suporte de tecnologias emergentes, como inteligência artificial, que exigem grande consumo de energia.

Como o Japão está abordando as preocupações de segurança?

Após o desastre de Fukushima, novas diretrizes de segurança foram estabelecidas, levando a Tohoku Electric a investir fortemente em atualizações de segurança em Onagawa. Foram necessários 570 bilhões de ienes para garantir que a usina atendesse aos padrões mais rígidos, assegurando uma operação segura para o futuro.

Este investimento reflete o compromisso do país em evitar incidentes passados, mesmo com a pressão para aumentar a produção de energia. A segurança permanece como prioridade, demonstrando um equilíbrio entre progresso energético e responsabilidade social.

Qual é a projeção de consumo de energia do Japão para o futuro?

Com a retomada das operações nucleares, o governo japonês projeta um aumento significativo na produção de energia. A meta é alcançar entre 1,35 trilhão a 1,5 trilhão de quilowatts-hora (kWh) até 2050, suprindo a demanda de infraestrutura digital crescente e atividades industriais de alto consumo energético.

Este crescimento faz parte de um plano mais amplo de inovação tecnológica e desenvolvimento sustentável, posicionando o Japão como um líder em tecnologia e eficiência energética global. A energia nuclear desempenha, assim, um papel crucial nesse cenário, fornecendo uma base sólida para suportar o avanço econômico e tecnológico do país.