Naim Qassem é o novo líder do Hezbollah
Escolha sinaliza continuidade na orientação pró-Irã do grupo terrorista
O Hezbollah anunciou, nesta terça-feira, 29, que o xeique Naim Qassem assumiu oficialmente o cargo de secretário-geral da organização, após a morte do ex-líder Hassan Nasrallah em um ataque israelense no final de setembro, em Beirute.
Aos 71 anos, Qassem ocupava desde 1991 o posto de vice-líder e era uma das figuras mais influentes do Hezbollah, onde desempenhou papel essencial na liderança política e religiosa.
Nascido em Kfar Fila, Líbano, em 1953, Qassem formou-se em química pela Universidade Libanesa, mas rapidamente dedicou-se ao radicalismo religioso e política. Iniciou sua carreira no movimento xiita Amal, sob a liderança do clérigo Musa al-Sadr, antes de integrar o grupo Hezbollah, onde se consolidou como um dos membros fundadores e de confiança de Nasrallah.
Desde então, Qassem tornou-se uma das principais vozes da organização, atuando como porta-voz e estrategista para assuntos de política regional. Durante sua trajetória, publicou obras, como Hezbollah: The Story from Within, defendendo a resistência armada e a autonomia do grupo. Em 2011, ele rejeitou uma oferta financeira bilionária para desarmar o Hezbollah, afirmando: “A resistência continuará, independentemente das consequências”.
Relatos indicam que, após a morte de Nasrallah em um bombardeio da Força de Defesa de Israel a um quartel-general do Hezbollah, Qassem deixou o Líbano e foi para o Irã em 5 de outubro, temendo ser o próximo alvo israelense. A viagem foi feita a bordo de um voo oficial do ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi. Desde então, Qassem estaria residindo em Teerã, o que reforça o alinhamento estreito entre o Hezbollah e o governo iraniano, principal aliado do grupo.
A escolha de Qassem como líder do Hezbollah sinaliza a continuidade da linha de ação e da estrutura de liderança estabelecida por Nasrallah. A resposta de Israel veio quase que imediatamente após a confirmação da nomeação: sirenes de alerta soaram no norte do país, indicando lançamentos de foguetes e o aumento da tensão na fronteira.
Com a morte de Hashem Safieddine, que também era apontado como potencial sucessor de Nasrallah, a liderança de Qassem pode ser um elemento estabilizador para o Hezbollah em um momento crítico, já que o grupo terrorista busca manter sua posição como uma força política e militar na região.
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