O que as derrotas de bolsonarismo e lulismo em 2024 indicam para 2026 O que as derrotas de bolsonarismo e lulismo em 2024 indicam para 2026
O Antagonista

O que as derrotas de bolsonarismo e lulismo em 2024 indicam para 2026

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Felipe Moura Brasil
6 minutos de leitura 28.10.2024 14:21 comentários
Análise

O que as derrotas de bolsonarismo e lulismo em 2024 indicam para 2026

Entenda os resultados nas capitais do país

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Felipe Moura Brasil
6 minutos de leitura 28.10.2024 14:21 comentários 3
O que as derrotas de bolsonarismo e lulismo em 2024 indicam para 2026
Fotos: Ricardo Stuckert e Divulgação/PL

Depois da cobertura ao vivo da apuração do segundo turno das eleições municipais de 2024 no domingo, 27 de outubro, publiquei um vídeo no X com alguns dos comentários que fiz durante a transmissão e resumi em cima:

“Direita é e sai muito maior que Bolsonaro.

Esquerda é menor que Lula e ambos saem mais apequenados e desconectados do povo, como a imprensa amiga.

Centrão se dá bem em cima de radicais dos dois lados.

Ventos sopram a favor da centro-direita.”

O comentário complementa o que eu, Felipe, havia feito no X após o primeiro turno, quando a rede social foi liberada, e que renderia a matéria de capa da Crusoé “Esquerda apagada”:

“A esquerda lulista, que enriqueceu em décadas de poder acadêmico, midiático e político, descolou-se da realidade do povo e sofre reveses eleitorais.

O artificialismo teórico resultou em derrota prática para o Centrão com pose de gestor e a direita que ecoa os valores populares.”

Vamos ligar os pontos, para ilustrar a tese?

PLACAR GERAL DOS PARTIDOS:

MDB e PSD venceram em 5 capitais;

União Brasil e PL venceram em 4 capitais;

Podemos e PP ganharam em 2 capitais;

Avante, PSB, PT e Republicanos venceram em 1 capital.

CAPITAIS ONDE O BOLSONARISMO PERDEU (com candidatos ‘bolsonaristas raiz’ e/ou apoiados diretamente por Bolsonaro):

  • Belém

Delegado Éder Mauro (PL) foi derrotado por Igor Normando (MDB), apoiado por Lula.

  • Belo Horizonte

Bruno Engler (PL) foi derrotado por Fuad Noman (PSD).

  • Curitiba

Cristina Graeml (PMB) foi derrotada por Eduardo Pimentel (PSD), apoiado pelo governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD)

  • Fortaleza

André Fernandes (PL) foi derrotado por Evandro Leitão (PT).

  • Goiânia

Fred Rodrigues (PL) foi derrotado por Sandro Mabel (União Brasil), apoiado pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado.

  • João Pessoa

Marcelo Queiroga (PL), ministro da Saúde do governo Bolsonaro na pandemia, foi derrotado por Cícero Lucena (PP).

  • Macapá

Aline Gurgel (PL) foi derrotada no primeiro turno por Dr. Furlan (MDB).

  • Manaus

Capitão Alberto Neto (PL) foi derrotado por David Almeida (Avante).

  • Palmas

Janad Valcari (PL) foi derrotada por Eduardo Siqueira Campos (Podemos).

  • Porto Velho

Mariana Carvalho (União Brasil) foi derrotada por Léo Moraes (Podemos).

  • Rio de Janeiro

Alexandre Ramagem (PL) foi derrotado no primeiro turno por Eduardo Paes (PSD).

EXEMPLOS DE OUTRAS CIDADES (NÃO CAPITAIS) ONDE O BOLSONARISMO PERDEU:

  • Aparecida de Goiânia (GO)

Professor Alcides (PL) foi derrotado por Leandro Vilela (MDB).

  • Niterói (RJ)

O deputado federal Carlos Jordy (PL) foi derrotado por Rodrigo Neves (PDT).

  • Santarém (PA)

JK do Povão (PL) foi derrotado por Zé Maria Tapajós (MDB).

  • Santos (SP)

Rosana Valle (PL) foi derrotada por Rogério Santos (Republicanos).

CAPITAIS ONDE ALIADOS DE BOLSONARO VENCERAM ‘ESCONDENDO’ BOLSONARO

  • Aracaju

Emília Corrêa (PL) derrotou Luiz Roberto (PDT).

  • Natal

Paulinho Freire (União Brasil) derrotou Natália Bonavides (PT).

  • Porto Alegre

Sebastião Melo (MDB) derrotou Maria do Rosário (PT).

CAPITAIS ONDE ALIADOS DE BOLSONARO VENCERAM, MAS COM APOIO DECISIVO DO GOVERNADOR

  • São Paulo

Ricardo Nunes (MDB) derrotou Guilherme Boulos (PSOL) com apoio do governador de SP, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Boulos foi apoiado por Lula.

  • Cuiabá

Abílio Brunini (PL) derrotou Lúdio Cabral (PT) com apoio, no segundo turno, do governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União), e da maioria dos vereadores eleitos e deputados estaduais.

  • Campo Grande

Adriane Lopes (PP) derrotou Rose Modesto (União Brasil) com apoio, no segundo turno, do governador do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB) – que havia sido eleito derrotando um bolsonarista do PL.

  • Rio Branco

Tião Bocalom (PL) derrotou no primeiro turno Marcus Alexandre (MDB) com apoio do governador do Acre, Gladson Cameli (PP) e foi reeleito. O segundo colocado era apoiado pelo PT.

CAPITAL ONDE UM ALIADO DE BOLSONARO VENCEU, MAS COM APOIO DECISIVO DE ARTHUR LIRA

  • Maceió

JHC (PL) foi reeleito com apoio do presidente da Câmara dos Deputados, derrotando o candidato de Renan Calheiros e Lula, Rafael Brito (MDB).

ÚNICA CAPITAL ONDE O PT VENCEU

  • Fortaleza

Evandro Leitão (PT), como vimos, derrotou o bolsonarista André Fernandes (PL), em disputa acirrada. Mesmo esse prêmio de consolação, porém, deve-se mais ao empenho do ministro da Educação e ex-governador do Ceará, Camilo Santana, que tirou férias para se dedicar à campanha do aliado, do que a Lula.

CAPITAL ONDE OUTRO ALIADO DE LULA VENCEU, MAS COM APOIO DECISIVO DO GOVERNADOR

  • Belém

Igor Normando (MDB) derrotou o bolsonarista Delegado Éder Mauro (PL) com apoio do seu primo, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), cotado para ser vice de Lula em 2026 e um dos principais aliados do governo no partido.

O apoio de Lula a Normando também se deve ao fato de que a capital paraense será cidade-sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em 2025.

EM RESUMO:

Embora eleições municipais, em comparação com as presidenciais, costumem voltar os olhos dos cidadãos mais para seus problemas locais que para questões de identidade e ideologia, fato é que o resultado delas sugerem uma derrota do populismo lulista e bolsonarista, bem como a força crescente de uma centro-direita capaz de driblar a rejeição ao bolsonarismo e de demonstrar maior respeito e conexão a crenças, valores e necessidades do povo – inclusive de prosperidade, flexibilidade e empreendedorismo – menosprezados e esnobados pela esquerda.

Governadores à direita do PT, como Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado e Ratinho Júnior, saíram mais fortes em seus estados que Bolsonaro (e até que Lula, no caso de Tarcísio), ainda que precisem, para ter força em eventual disputa pela presidência, aumentar sua projeção nacional, administrando as nuances do eleitorado antipetista. O antibolsonarismo superou o antipetismo em 2022 e deu a vitória ao atual presidente, com sua frente ampla de fachada democrática. As eleições de 2024 reforçam que a oposição a Lula terá mais chances em 2026, se for menos aloprada.

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Felipe Moura Brasil

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Comentários (3)

Claudemir Silvestre

28.10.2024 18:45

O Brasil precisa se livrar urgentemente dos extremistas, seja direita ou esquerda, mas principalmente aqueles que querem implantar o modelo FALIDO DO COMUNISMO no pais !! Brasil precisa de um presidente minimamente capaz e inteligente para colocar o país no caminho certo !!


Roberval

28.10.2024 18:37

Resumo: grande derrotado foi o PT. Imaginem qdo não tiver o Lula. Será menor que o PSOL.


Marcia Elizabeth Brunetti

28.10.2024 15:07

De fato o Bolsonaro (se) perdeu em Curitiba. Apertou a mão de Ratinho Jr., e se deixou fotografar ao lado de Cristina para materiais de campanha. Depois desapareceu. Final das contas: extrema-direita sumiu!


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