Paulistanos apontam maior responsável por apagões
Governador Tarcísio de Freitas e prefeito Ricardo Nunes pediram o rompimento do contrato com a Enel, responsável pela energia em São Paulo
Levantamento do Datafolha publicado nesta sexta-feira, 25, indica que 7 em cada 10 paulistanos atribuem mais responsabilidade à Enel pelos apagões que atingem a Grande São Paulo. A pesquisa é divulgada dias após mais um episódio na região, no qual mais de três milhões de imóveis ficaram sem energia elétrica.
Enquanto 70% enxergam “muita responsabilidade” da Enel, 66% apontam “muita responsabilidade” da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Esse mesmo índice é de 46% quando se trata do governo federal, comandado por Lula, 49% para o governo estadual, comandado por Tarcísio de Freitas, e 51% para a prefeitura, de Ricardo Nunes (MDB).
O dados indicam ainda que 71% dos paulistanos defendem o fim do contrato com a empresa. A pesquisa ouviu 1.204 entrevistados e tem margem de erro de três pontos percentuais.
Nunes tem culpa?
Às vésperas da eleição para o segundo turno da prefeitura de São Paulo, as discussões sobre a responsabilidade pelos apagões pautaram a disputa. O primeiro debate do segundo turno, promovido pela Band, foi marcado por troca de acusações entre Nunes e Guilherme Boulos (PSOL-SP).
A Enel foi considerada péssima por 70% no que diz respeito às resoluções dos problemas ocasionados pelos apagões, enquanto Nunes recebeu 42% pelo mesmo motivo.
Além disso, 54% dos que responderam o levantamento disseram ter entrado em contato com a Enel por causa da falta de energia. Entre os que acionaram a companhia, 26% disseram não terem sido atendidos.
Do total de entrevistados, 34% disseram ter ficado sem energia elétrica. Destes, 42% afirmaram que o problema durou mais de 24h. De todos os afetados, 47% relataram algum prejuízo decorrente do apagão.
Aneel se preocupa com rompimento
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, enviou, na semana passada, um ofício ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, preocupado com a caducidade do processo. Feitosa classificou a medida como ‘extrema’.
“A caducidade [rompimento] de uma concessão pelo Poder Concedente é medida extrema prevista na legislação e deve ser aplicada apenas quando a efetividade de outras medidas de fiscalização se mostra insuficiente para a readequação do serviço prestado pela concessionária.”
O presidente da Aneel destacou que vem tomando providências desde o apagão de novembro de 2023, em São Paulo, como a instauração de processo de fiscalização para averiguar o cumprimento de determinações da empresa. O ofício aponta, ainda, que no mês de setembro de 2024, a Aneel fez reuniões om distribuidoras das regiões Sul e Sudeste para o enfrentamento de problemas decorrentes de temporais.
Tarcísio defende fim da concessão
Durante a crise, Tarcísio disse que a Enel deveria ‘sair do Brasil’.
Em publicação nas redes sociais, o governador afirmou que a empresa “deixou os consumidores de São Paulo na mão”.
“A concessão da energia elétrica em São Paulo é federal, sendo o Ministério De Minas e Energia e a Aneel os representantes do poder concedente. A eles cabe regular, controlar, fiscalizar e garantir que o serviço prestado esteja adequado (…).
Se o Ministério de Minas e Energia e, sobretudo, a Aneel, tiverem respeito com o cidadão paulista, o processo de caducidade será aberto imediatamente“, afirmou.
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