Putin reage com fúria a repórter e acusa OTAN
O ditador russo atacou a expansão da OTAN e acusou o Ocidente de "mentir e violar compromissos" ao ampliar presença militar perto de suas fronteiras
O presidente russo, Vladimir Putin, perdeu a calma ao ser questionado por um repórter da BBC sobre a invasão da Ucrânia, em coletiva que encerrou a cúpula do BRICS em Kazan, Rússia.
Em sua resposta, Putin atacou a expansão da OTAN e acusou o Ocidente de “mentir e violar compromissos” ao ampliar presença militar perto de fronteiras russas e apoiando, segundo ele, um golpe na Ucrânia em 2014.
Durante a cúpula, que reuniu líderes como Xi Jinping, da China, e Recep Tayyip Erdogan, da Turquia, Putin criticou o que chamou de “métodos perversos” do Ocidente para controlar a geopolítica global.
Entre as acusações, afirmou que países ocidentais estariam manipulando mercados financeiros, aplicando sanções unilaterais e fomentando conflitos em várias regiões, o que teria apoio dos membros do BRICS presentes. No último dia da reunião, Putin parecia confiante, mas foi interrompido ao final pela pergunta incisiva do jornalista da BBC, Steve Rosenberg.
Rosenberg questionou Putin sobre a contradição entre os princípios de “justiça, estabilidade e segurança” defendidos pelo BRICS e as ações da Rússia na Ucrânia. Ao escutar o questionamento, o presidente russo reagiu anotando em um bloco de notas e retrucou em tom agressivo: “Por anos, ignoraram nossos apelos para não expandir a OTAN ao leste. Mentiram e violaram compromissos, criando ameaças às nossas portas”. A resposta reafirmou o discurso do Kremlin de que o conflito ucraniano seria uma reação defensiva contra ações ocidentais.
A situação se intensificou quando o repórter mencionou alegações de que agentes russos estariam “criando caos” nas ruas da Grã-Bretanha. Putin reagiu com desdém, chamando a acusação de “pura bobagem”. Questionado ainda sobre tropas norte-coreanas na Rússia, Putin, sem negar nem confirmar, comentou que “imagens refletem algo”, em resposta enigmática sobre o apoio militar de Pyongyang.
Além das tensões sobre a Ucrânia, a cúpula do BRICS teve foco na expansão do bloco, incluindo novos países como Irã, Egito e Etiópia. A Rússia impulsionou discussões para criar um sistema de pagamento alternativo ao SWIFT, buscando proteger os membros de sanções ocidentais e fortalecer o papel do BRICS contra a hegemonia financeira dos Estados Unidos.
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