Atores que espalhavam fake news atuavam em várias cidades do Rio
Esquema envolvia agentes contratados para espalhar mentiras sobre candidatos em cidades como Itaguaí, Cabo Frio e Paraty
A Polícia Federal revelou esquema envolvendo atores contratados para disseminar desinformação em várias cidades do estado do Rio de Janeiro durante as eleições municipais de 2024.
O golpe, inicialmente identificado em São João de Meriti, também operou em municípios como Cabo Frio, Itaguaí, Mangaratiba e Paraty.
Segundo a investigação, o grupo utilizava uma técnica chamada “Teatro Invisível”, que consistia em espalhar boatos e informações falsas sobre candidatos adversários em locais públicos, como praças, mercados e pontos de ônibus.
Os atores, remunerados com até R$ 2 mil mensais, tinham a missão de influenciar o voto dos eleitores por meio de conversas informais. Já os coordenadores do esquema, que organizavam as ações, recebiam cerca de R$ 5 mil mensais. Desde 2016, o grupo teria atuado em ao menos 13 cidades do estado.
Em Itaguaí, um dos casos mais documentados, mensagens de WhatsApp indicam uma campanha coordenada contra o candidato Donizete (União Brasil), favorecendo o então prefeito Dr. Rubão (Podemos). “Falamos do Donizete, criticando sua falta de caráter”, escreveu um dos integrantes do grupo. Os atores também foram orientados a evitar elogiar demais o prefeito Rubão para não levantar suspeitas.
A PF identificou ainda a atuação do grupo em Cabo Frio, onde o deputado estadual Dr. Serginho (PL) foi alvo de desinformação antes de ser eleito prefeito com 69% dos votos. Em Mangaratiba, o deputado estadual Luiz Cláudio (Republicanos), eleito prefeito, também foi mencionado nos relatórios do grupo.
O esquema criminoso, que envolvia monitoramento dos eleitores abordados e relatórios detalhados sobre as ações, levou à prisão de quatro pessoas e ao bloqueio de R$ 1 milhão em bens de cada investigado. A PF segue investigando a possível ligação dos políticos envolvidos com o grupo, que pode responder por crimes como lavagem de dinheiro, assédio eleitoral e organização criminosa.
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