Silvio Almeida enfrenta novas acusações de assédio sexual
As acusações sobre Almeida ganharam força em setembro, quando a organização Me Too Brasil confirmou ter recebido relatos de vítimas
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu dois novos processos de investigação sobre o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida.
As acusações surgem após Almeida ter sido demitido do governo Lula em setembro, em meio às primeiras denúncias de assédio sexual. O colegiado já designou relatoras para esses novos casos.
A Casa Civil confirmou as novas denúncias, mas afirmou que o processo está em sigilo e não revelou detalhes adicionais sobre as acusadoras. A defesa de Almeida, por sua vez, declarou que “não há qualquer procedimento formalmente informado” aos advogados e, por isso, não comentará as novas alegações.
Silvio Almeida já estava sendo investigado pela Comissão de Ética desde o início das primeiras acusações, ainda quando ocupava o cargo de ministro dos Direitos Humanos. Após sua saída, a pena máxima que ele pode enfrentar, caso as denúncias sejam confirmadas, é a censura ética, que permaneceria em seus registros funcionais por até três anos.
As acusações que envolvem Almeida ganharam força em setembro, quando a organização Me Too Brasil confirmou ter recebido relatos de vítimas. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, também afirmou publicamente que sofreu importunação sexual por parte de Almeida em 2022, durante o período de transição do governo.
Segundo Anielle, as atitudes inapropriadas do ex-ministro escalaram para toques inadequados e convites impertinentes, o que gerou uma queixa formal à Polícia Federal. Almeida nega as acusações.
A investigação prossegue sob sigilo, e a expectativa é de que novos detalhes venham à tona conforme o processo avance.
Narcisismo e Sinalização de Virtude
Estudos científicos revelam uma relação intrigante entre traços de narcisismo e comportamentos de sinalização de virtude, sugerindo que indivíduos com níveis elevados de narcisismo patológico tendem a se envolver mais em atividades que destacam suas qualidades morais.
Isso inclui maior participação em causas sociais populares, como movimentos LGBTQIA+ e questões ambientais. Essas pesquisas, contudo, apontam para correlações e não para causalidades, o que significa que nem todos os envolvidos nesses tipos de ativismo têm traços narcisistas.
Princípio do Veículo do Ego Sombrio (DEVP)
Esse conceito, chamado de “Veículo do Ego Sombrio”, sugere que pessoas com traços de personalidade “sombrios”, como o narcisismo, podem ser atraídas por formas de ativismo político que oferecem oportunidades para alimentar suas necessidades egocêntricas.
Para esses indivíduos, o ativismo funciona como um meio de autopromoção, permitindo-lhes parecer moralmente superiores ou mais virtuosos aos olhos dos outros, utilizando causas sociais como uma forma de reconhecimento pessoal.
O impacto do narcisismo não se limita apenas ao ativismo social. No ambiente corporativo, CEOs com características narcisistas costumam direcionar suas empresas para uma postura mais focada em iniciativas de responsabilidade social corporativa (CSR).
Isso inclui grandes investimentos em ações que promovem uma imagem virtuosa da organização, o que também pode refletir um desejo pessoal de serem percebidos como líderes visionários e altruístas.
Estudos de neuroimagem ajudam a esclarecer algumas diferenças biológicas entre indivíduos com traços narcisistas e outros. Essas pesquisas indicam alterações na estrutura e função cerebral, principalmente em áreas relacionadas à empatia e ao processamento emocional, o que pode explicar por que essas pessoas têm dificuldades em desenvolver empatia genuína e tendem a agir de maneira mais autocentrada.
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