Governo descarta retorno de horário de verão
ONS estimava economia de R$ 400 milhões ao país
O Ministério de Minas e Energia não vai adotar o retorno do horário de verão em 2024. Mesmo com recomendação inicial do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), em função das secas e do baixo índice nos reservatórios, o ministro Alexandre Silveira confirmou, nesta quarta-feira, 16, que o tema está descartado e que pode ser reavaliado em 2025.
“Sobre a possibilidade da volta da política do horário de verão, essa é uma política adotada por diversos países do mundo. Vemos essa política de maneira muito importante para dar suporte nas sobrecargas na ponta e perda das energias intermitentes ao fim do dia.
Importante frisar: sempre destaquei que não teríamos risco energético nesse período. Mas vivemos a maior seca da nossa história, e graças a diversas medidas de planejamento do MME, conseguimos chegar nos nossos reservatórios com índices de resiliência, nos dando tranquilidade.
Ontem, tivemos a última reunião com a ONS e chegamos a conclusão de que não há necessidade de decretação do horário de verão para 2024. Temos segurança energética assegurada, e vamos avaliar a volta dessa política para 2025”, escreveu o ministro.
A adoção do horário de verão gera divisão entre a população brasileira. Em pesquisa recente realizada pelo Datafolha, 47% foram favoráveis à mudança, enquanto 47% foram contrários. 6% se disseram indiferente.
Recomendação do ONS
Um aparecer do ONS, em setembro de 2023, ressaltou a importância do retorno da medida. A aplicação, de acordo com o órgão, poderia trazer uma redução de 2,9%, gerando assim uma economia de mais de R$ 400 milhões ao país, tendo em vista as condições climáticas e energéticas vigentes.
A decisão gera debate entre os setores da economia, uma vez que a luz natural ao fim do expediente comercial pode elevar o consumo em setores como comércio, turismo e lazer. Já os setores de transporte aéreo e indústria garantem mais dificuldade para adotarem a medida.
Governo Bolsonaro decretou o fim do horário de verão
Foi durante o governo de Jair Bolsonaro o fim do horário do verão. Durante o mandato do ex-presidente, o ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque decretou o encerramento da medida com respaldo de uma nota técnica do ONS. O documento indicava que a adoção do horário de verão, entre 2018 e 2019, aumentou em 0,7% a carga de energia do país. A elevação foi justificada por “mudanças de hábitos de consumidores”.
A seca histórica de 2021, em que os reservatórios das hidrelétricas do Centro-Oeste e do Sul estiveram com as capacidades reduzidas, reacendeu uma nova discussão sobre a necessidade do retorno do horário de verão. Na ocasião, o ONS emitiu no mesmo período uma nova nota técnica apresentando os benefícios de reduzir a demanda máxima de energia entre 18h e 21h e o governo decidiu em não seguir com a implementação da medida.
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