Marina chega à Câmara para esclarecimentos sobre “queimadas do amor”
Base bolsonarista aguarda para fazer perguntas à ministra de Lula
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, iniciou os esclarecimentos sobre a escalada da crise ambiental no governo Lula, na Câmara dos Deputados. O discurso de Marina, durante as primeiras declarações, focou na elevação da temperatura da terra e no desmatamento como fatores que cooperam para o aumento das queimadas durante o governo Lula.
“Chegamos em 2024 tendo acontecido algo que a ciência achava que só ia ocorrer em 2028,que é a elevação da temperatura da terra”, destacou a ministra.
Um dos principais argumentos sobre o cenário de queimadas no Brasil usado por Marina é que o governo federal tem responsabilidade sobre “terras indígenas, terras públicas e unidades de conservação”, mas mesmo assim interfere na competência dos governos estaduais, quando as unidades da federação não conseguem controlar o fogo.
Segundo a ministra, o atraso na adoção de providências pelos governos dos Estados também contribuiu para o cenário atual de elevação das queimadas. “Infelizmente alguns Estados só publicaram o decreto de proibição do fogo quando incêndios já estavam em uma situação muito elevada”, destacou.
E acrescentou: “Nós pegamos os incêndios em uma tendência de crescimento de mais de 50%. Nós freamos isso”.
Investigação
Marina Silva afirmou também que a Polícia Federal coopera com o Ministério do Meio Ambiente, abrindo inquéritos sobre incêndios com “características dolosas”. “Já são mais de cem inquéritos que estão sendo investigados”. A ministra defendeu que autores de incêndios criminosos sejam punidos “na forma da lei”.
A participação da ministra na Comissão de Agricultura da Câmara promete ser palco de divergências políticas e ideológicas. Deputados da ala bolsonarista chegaram ao plenário do colegiado para fazer questionamentos à Marina.
Nikolas Ferreira (PL-MG), Ricardo Salles (Novo-SP), Júlia Zanata (PL-SC) e Marcel van Hattem (Novo-RS) aguardam para direcionar perguntas à ministra.
O requerimento pelo depoimento de Marina Silva foi transformado, de convocação para convite, em acordo com a base governista. O autor é o presidente da Comissão, Evair de Melo (PP-ES) e o vice-presidente do colegiado Rodolfo Nogueira (PL-MS).
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