Lula propõe endurecer penas para crimes ambientais no Congresso
Projeto de lei enviado prevê penas mais duras para desmatamento, queimadas e extração ilegal de recursos naturais.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou nesta terça-feira, 15, ao Congresso Nacional um Projeto de Lei que endurece as punições para crimes ambientais no Brasil.
Entre as principais mudanças, está o aumento das penas para desmatamento ilegal, queimadas e extração de recursos minerais, além da inclusão de novas regras para reparação de danos ecológicos. “Não vamos mais brincar com crime ambiental. Quem desrespeitar as leis ambientais será punido severamente”, afirmou Lula durante o anúncio.
A proposta eleva a pena média para crimes ambientais, que passa de 2-3 anos para 4-6 anos de prisão. A principal mudança é a substituição do regime de detenção pelo de reclusão, o que significa que os condenados começarão a cumprir a pena em regime fechado. O governo defende que essa medida vai reforçar o combate às ações que afetam o meio ambiente, dificultando a concessão de benefícios como liberdade condicional.
Para incêndios florestais, a nova legislação prevê penas de 3 a 6 anos de reclusão, além de multas. Hoje, esse crime é punido com 2-4 anos de detenção. O desmatamento ilegal também terá sanções mais severas, com aumento de 2-4 anos para 3-6 anos de reclusão. No caso de extração mineral em áreas protegidas, a pena atual de 6 meses-1 ano será ampliada para 2-5 anos de reclusão, além de multa.
Outro ponto importante do projeto é a obrigatoriedade de reparação dos danos climáticos e ecossistêmicos causados pelos crimes. Além disso, o uso de técnicas investigativas mais avançadas, como interceptação telefônica, será permitido para auxiliar no combate a essas infrações.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que essas medidas são fundamentais para dissuadir futuros crimes ambientais. “É melhor dissuadir os infratores do que punir quando o dano já foi causado”, declarou.
O projeto de Lula será anexado ao PL do senador Davi Alcolumbre (União-AP), já aprovado no Senado, que aumenta as penas para extração ilegal de recursos minerais. A expectativa do governo é que a proposta seja aprovada até o fim do semestre, fortalecendo a política de preservação ambiental do país.
Com o agravamento das punições, o governo também busca evitar a prescrição dos crimes ambientais e endurecer o acesso a benefícios como suspensão do processo ou transação penal. Crimes cometidos em unidades de conservação, áreas de preservação permanente e terras indígenas terão penas mais duras.
O projeto de Lula reforça o compromisso do governo com a preservação ambiental e o combate ao desmatamento e às queimadas, em um momento de crescente pressão internacional sobre a política ambiental do Brasil.
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