Dia do Professor: investigação sobre Bolsonaro e Milton Ribeiro avança lentamente Dia do Professor: investigação sobre Bolsonaro e Milton Ribeiro avança lentamente
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Dia do Professor: investigação sobre Bolsonaro e Milton Ribeiro avança lentamente

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Alexandre Borges
4 minutos de leitura 15.10.2024 07:58 comentários
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Dia do Professor: investigação sobre Bolsonaro e Milton Ribeiro avança lentamente

MPF pressiona pela retomada das investigações sobre esquema de corrupção no MEC, que envolve pastores e interferência de Bolsonaro

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Dia do Professor: investigação sobre Bolsonaro e Milton Ribeiro avança lentamente
Foto: Alan Santos/PR

A investigação do caso de corrupção envolvendo o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, e o ex-presidente Jair Bolsonaro, segue lentamente dois anos após a prisão de Ribeiro.

O Ministério Público Federal pediu, em junho de 2024, a retomada das investigações que estavam paralisadas. O pedido do MPF pressiona a Justiça Federal do Distrito Federal e a Polícia Federal para darem continuidade ao processo.

O escândalo começou em março de 2022, quando uma série de reportagens revelou a existência de um esquema de corrupção dentro do Ministério da Educação, controlado por pastores que influenciavam a destinação de verbas do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

Os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura realizavam frequentes visitas ao Palácio do Planalto e ao MEC, onde negociavam, segundo as denúncias, a liberação de verbas para prefeitos. Os pastores exigiam propina, que variava entre R$ 15 mil e R$ 40 mil por cidade, além de pedir contrapartidas como a compra de Bíblias autografadas e estampadas com a foto de Milton Ribeiro.

A situação se agravou quando gravações revelaram que Milton Ribeiro, então ministro da Educação, admitiu que favorecia os pastores “a pedido do presidente Bolsonaro”. A revelação elevou a crise ao mais alto nível do governo, com a oposição acusando Bolsonaro de interferir diretamente na gestão do MEC para beneficiar aliados.

Em 22 de junho de 2022, Milton Ribeiro foi preso preventivamente em Santos (SP), como parte da operação “Acesso Pago”, da Polícia Federal, que investigava o esquema de tráfico de influência e corrupção. Além dele, outros quatro envolvidos, incluindo os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, foram presos. No entanto, as prisões preventivas foram revogadas no dia seguinte pelo desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, sob a alegação de que as detenções não eram necessárias.

O caso, que ficou conhecido como o “balcão de negócios” do MEC, ganhou notoriedade pela forma como as verbas públicas destinadas à educação eram negociadas em troca de propinas e favores políticos. As denúncias incluíam pedidos de dinheiro para a construção de igrejas e até a compra em massa de Bíblias com a imagem do ministro.

Após a prisão e soltura de Milton Ribeiro, as investigações enfrentaram uma série de entraves judiciais e disputas sobre a competência para julgar o caso, o que levou à paralisia do processo por mais de dois anos. A decisão final de transferir a investigação para a Justiça Federal do Distrito Federal só foi tomada após longas discussões no Supremo Tribunal Federal (STF).

Bolsonaro, por sua vez, também passou a ser alvo das investigações, acusado de tentar interferir para proteger aliados e evitar um desgaste político ainda maior. De acordo com o MPF, a continuidade das investigações é crucial para apurar as supostas interferências do ex-presidente no andamento do caso.

A procuradora da República, Carolina Martins Miranda De Oliveira, destacou a necessidade de celeridade no processo, pedindo que as provas já coletadas pela Polícia Federal sejam apresentadas imediatamente.

Com o andamento ainda incerto e o caso longe de uma conclusão, o escândalo de Milton Ribeiro e a alegada relação próxima entre o governo Bolsonaro e líderes religiosos corruptos continuam a ser um dos maiores símbolos das fragilidades institucionais enfrentadas pelo Brasil nos últimos anos, especialmente no setor educacional.

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