Chegada da La Niña e seus impactos no clima do Brasil
Fenômeno é esperado para influenciar o clima de determinadas regiões durante alguns meses de verão, com efeitos menores porém perceptíveis.
A previsão climática para os próximos meses no Brasil indica a possível manifestação do fenômeno climático La Niña, afetando de forma pontual algumas regiões do país.
Segundo a meteorologista Ana Clara Marques, da Climatempo, as temperaturas do Pacífico equatorial apresentam anomalias que sugerem essa possibilidade, embora ainda não estejam dentro dos critérios oficiais da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) para confirmar o fenômeno.
Critérios e identificação da La Niña
Para que o La Niña seja oficialmente declarado, as temperaturas na região do Pacífico devem permanecer pelo menos -0,5°C abaixo da média por um período de ao menos cinco trimestres consecutivos, conforme critérios da NOAA.
Atualmente, a temperatura está com uma anomalia de -0,3°C, aproximando-se do limiar necessário.
A expectativa é que a tendência de resfriamento continue durante as próximas semanas, atingindo o subtítulo necessário entre outubro e novembro.
Impactos climáticos da La Niña no Brasil
Ainda que a NOAA não confirme oficialmente o La Niña, os meteorologistas brasileiros já discutem seus potenciais impactos no Brasil.
O fenômeno é esperado para influenciar o clima de determinadas regiões durante alguns meses de verão, com efeitos menores porém perceptíveis.
As regiões do extremo norte e sul do Brasil poderão observar as mudanças mais significativas.
Consequências na agricultura
Os impactos climáticos têm relevância especial para a agricultura.
A meteorologista Nadiara Pereira destaca que, no ano corrente, apesar de um verão levemente ameno, haverá uma maior incidência de corredores de umidade e do sistema de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS).
Isso pode resultar em um aumento significativo da umidade no interior do Sudeste e Centro-Oeste, coincidentemente quando as lavouras de soja estarão em sua fase crítica de desenvolvimento e colheita.
Os agricultores devem estar atentos às variações climáticas que podem introduzir janelas de invernada, afetando negativamente o ritmo da produção agrícola.
Além disso, a migração gradual da umidade para o centro-norte poderá aumentar os riscos de veranico em partes do sul da América do Sul, particularmente o oeste do Rio Grande do Sul, Paraguai e Argentina.
Previsões de temperatura e chuvas
As previsões de temperatura apontam para uma proximidade com a normalidade histórica, embora se espere menor intensidade e duração nos picos de calor.
Este cenário climático pode proporcionar um verão com características distintas dos registros dos últimos anos, sem um calor extremo, mas com padrões de precipitação que merecem atenção.
A equipe de meteorologia sugere que o norte de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, e o litoral do Sudeste, poderão observar um aumento na frequência dos corredores de umidade devido à atuação do ZCAS.
Entender e preparar para esses fenômenos climáticos é essencial para mitigar riscos e tomar decisões informadas no setor agrícola, principalmente para aqueles que dependem diretamente das condições climáticas para o cultivo de suas colheitas.
Fonte: ClimaTempo
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