Base governista encurralada no PL da anistia
Aliados do governo Lula na CCJ da Câmara não podem mais pedir vista. Terão que enfrentar a votação do projeto que pode anistiar Jair Bolsonaro
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados (CCJ) deve votar na próxima semana o projeto de lei que anistia os presos do 8 de janeiro. Com o encerramento do prazo regimental de duas sessões do Plenário e um pedido de vista coletivo já realizado, a base governista não terá mais alternativas para postergar a votação.
O relator da matéria na CCJ, Rodrigo Valadares (União-SE), garante que a oposição tem o número de votos garantido para aprovar o projeto. Ele avalia que a base governista evita enfrentar a proposta porque sabe que vai perder na hora da votação.
“Eu tenho convicção de que nós teremos os votos suficientes para aprovar a anistia para os presos do dia 8. Se o governo tivesse os votos para derrubar o nosso projeto eles não iriam obstruir, iriam partir para os votos. Como eles sabem que perdem no voto, estão usando de artimanhas regimentais para apenas adiar”, disse Valadares a O Antagonista.
De olho na estratégia da base lulista para adiar a votação, a oposição se antecedeu e pediu vista coletiva durante a última reunião em que a proposta foi pautada. Agora, o Partido dos Trabalhadores (PT) não poderá mais recorrer a esse recurso, já que apenas um pedido de vista pode ser feito por propositura. “A gente já conhece como funciona a base do governo. […] Conseguimos ler o relatório, apesar de toda a estratégia do PT e seus partidos. Já queimou o pedido de vista”, disse o deputado José Medeiros (PL-MT)
Anistia para Bolsonaro
É alvo de divergência por parte da base governista o disposto no relatório preparado por Valadares. Parlamentares contrários ao projeto afirmam que a intenção da oposição é anistiar, junto aos presos do 8 de janeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o relatório de Valadares, “cidadãos ou empresas que tenham financiado ou participado de tais manifestações e protestos, relacionados às eleições de 2022 e temas a ela pertinentes” também devem ser anistiados.
O avanço da proposta é objeto de negociação por apoios da oposição na disputa pela sucessão de Arthur Lira (PP-AL).
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