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Cyberpedocriminalidade: pare de expor seu filho nas redes sociais

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Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 10.10.2024 09:10 comentários
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Cyberpedocriminalidade: pare de expor seu filho nas redes sociais

53% dos pais já publicaram imagens dos seus filhos online. 43% deles começaram a fazê-lo desde o nascimento dos filhos. Assim, antes dos 13 anos, uma criança aparece em média em 1.300 fotos distribuídas online por pessoas próximas

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Cyberpedocriminalidade: pare de expor seu filho nas redes sociais
Reprodução/Instagram

A Caméléon, uma associação francesa que combate há 27 anos a violência contra crianças na França e nas Filipinas, iniciou uma nova campanha de prevenção para incentivar os pais a deixarem de publicar fotos dos seus filhos nas redes sociais.

Segundo deus dados, 53% dos pais já publicaram imagens dos seus filhos online. 43% deles começaram a fazê-lo desde o nascimento dos filhos. Assim, antes dos 13 anos, uma criança aparece em média em 1.300 fotos distribuídas online por pessoas próximas.

A campanha da associação Caméléon inclui vários cartazes e um filme contundente. Numa câmera escondida, uma mulher anda pelas ruas oferecendo fotos impressas de sua filha para estranhos na rua.

Ela anexa ao “presente” informações sobre os hábitos de seu filho, como os lugares que frequenta, os horários de suas atividades, sua idade, suas paixões. Junto com uma pergunta sobre o consentimento de “sua filha” para distribuir essas fotos, a atriz responde: “ela tem 6 anos, claro que concorda!”

De forma chocante, o vídeo termina com a sequência de um homem colocando diversas fotos no bolso, seguida desta mensagem: “Sem saber, é isso que você está fazendo ao expor seus filhos nas redes. Predadores sexuais agradecem.

Este filme de conscientização pretende expor a banalidade do compartilhamento nas redes, ao mesmo tempo em que alerta para os riscos e consequências de tal ação. “Ocorrer-nos-ia distribuir esta informação a simples estranhos na rua? Não. Ninguém faz isso”, explica Antoine Colin, diretor criativo, em comunicado à imprensa. “Então por que fazer isso nas redes?”

Ao transpor a partilha em poucos cliques para interações com estranhos na vida real, a associação utiliza um método simples para sensibilizar para um novo problema social. Recorde-se que 50% das fotografias trocadas em fóruns de pornografia infantil foram inicialmente publicadas pelos pais nas suas redes sociais.

Sr. Todo mundo”

A campanha também é acompanhada por quatro cartazes impressionantes gerados por IA representando predadores. Nestas diferentes variações, os homens são representados, de telefone na mão, no meio de locais frequentados por crianças (saída da escola, parque infantil ou campo desportivo, paragem de autocarro). Esses recursos visuais apresentam “homens comuns” que se misturam à multidão, em locais que as crianças frequentam diariamente.

É “apenas mais um pai saindo da escola, um jovem que parece legal, um avô na beira de um campo esportivo”… A mensagem é clara: predadores sexuais existem em todos os lugares, em todas as esferas da vida.

Uma prática arriscada

Partilhar imagens dos seus filhos “é uma prática arriscada que pode comprometer a sua segurança”, explica Caméléon, que apela à vigilância coletiva. Com efeito, uma vez publicados, estes conteúdos escapam ao controle de quem os publica, tornando-se acessíveis a milhões de pessoas ao mesmo tempo que partilham informações que ninguém imaginaria divulgar (nome da escola, do clube desportivo ou do parque que frequentam).

Aparentemente inócuas, estas informações são, na verdade, procuradas por predadores “para serem trocadas em fóruns de pedófilos ou utilizadas para abordar crianças para fins sexuais”, relata a associação. “Cada postagem aumenta o risco de que as crianças se tornem seus alvos.” A fronteira entre o mundo digital e o mundo real não é impermeável, uma vez que 40% das pessoas que visualizaram conteúdos de abuso infantil online procuraram posteriormente contactar uma criança, de acordo com a ONG finlandesa Protect Children.

Leia também: UE investiga Facebook e Instagram por falhas na segurança infantil

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