Pacote anti-STF é retaliação do Centrão ao Judiciário Pacote anti-STF é retaliação do Centrão ao Judiciário
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Pacote anti-STF é retaliação do Centrão ao Judiciário

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Wilson Lima
3 minutos de leitura 09.10.2024 17:57 comentários
Análise

Pacote anti-STF é retaliação do Centrão ao Judiciário

Deputados bolsonaristas também negociam apoio a candidato de Arthur Lira após decisões da Comissão de Constituição e Justiça

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Wilson Lima
3 minutos de leitura 09.10.2024 17:57 comentários 2
Pacote anti-STF é retaliação do Centrão ao Judiciário
Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

A aprovação de um pacote anti-STF pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara – presidida pela deputada Caroline de Toni (PL-SC, foto) é apontada por líderes partidários como uma espécie de retaliação de deputados do Centrão a recentes decisões do Supremo sobre a distribuição de emendas e sobre a rede social X.

No início de agosto, o ministro do STF Flávio Dino suspendeu o pagamento das chamadas ‘emendas Pix’ até que o Congresso estabelecesse medidas de transparência e controle desse tipo de recurso público.

Em 20 de agosto, houve uma reunião entre os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do STF, Luís Roberto Barroso, e Dino na qual ficou estabelecido que o Congresso iria elaborar um projeto de lei complementar ou até mesmo uma PEC para regular esse tema.

Desde então, não houve a apresentação de qualquer iniciativa do Poder Legislativo nesse sentido. E a consequência, conforme alguns líderes partidários, veio durante as eleições deste ano. O Antagonista apurou que alguns integrantes do Centrão reclamaram a Arthur Lira que tiveram alguns prefeitos derrotados justamente por conta desse tipo de interferência do Poder Judiciário. Sem dinheiro de emenda nos cofres, houve a paralisação de algumas obras na reta final da campanha.

Resignação contra Alexandre de Moraes também entrou na pauta anti-STF

A executiva nacional do PL também fez chegar a Lira a reclamação que o bloqueio da rede social X comprometeu a eleição de alguns aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições municipais deste ano. O partido terminou o pleito com 509 prefeitos. O número foi bem abaixo dos 1 mil projetados por Valdemar Costa Neto. A rede ficou suspensa entre o final de agosto até esta terça-feira, 8.

Assim, a aprovação de propostas como a PEC que limita as decisões monocráticas do STF ou a que pode sustar decisões de ministros do Supremo ou ainda aquela que amplia as hipóteses de crime de responsabilidade de integrantes do STF tiveram apoio, inclusive, de partidos como o MDB, PP, PSD e União Brasil. Para facilitar a obtenção de quórum, as lideranças desses partidos incluíram na CCJ os deputados mais alinhados a pautas ligadas ao bolsonarismo.

Os deputados alinhados ao ex-presidente também aproveitaram o pacote anti-STF para negociar um apoio ao candidato de Lira à Presidência da Câmara, Hugo Motta (Republicanos). Nesta quarta, o presidente do PP, Ciro Nogueira, afirmou em alto e bom som que a fatura já está liquidada.

Em resumo: tudo não passa de um belo jogo de cena.

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Wilson Lima

Wilson Lima é jornalista formado pela Universidade Federal do Maranhão. Trabalhou em veículos como Agência Estado, Portal iG, Congresso em Foco, Gazeta do Povo e IstoÉ. Acompanha o poder em Brasília desde 2012, tendo participado das coberturas do julgamento do mensalão, da operação Lava Jato e do impeachment de Dilma Rousseff. Em 2019, revelou a compra de lagostas por ministros do STF.

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Comentários (2)

FRANCISCO JUNIOR

09.10.2024 22:23

A PEC que limita as decisões monocráticas é razoável. A que permite o congresso derrubar decisões do STF é uma estrovenga. Me decepcionei com FMB e o Duda que colocaram as duas como OK. Me digam aí algum país decente onde o legislativo derruba decisões do judiciário.


Marcos Rezende

09.10.2024 19:21

Bandidos são bandidos e tem quadrilha para se protegerem. A Máfia do Centrâo é MALIGNA.


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