Sabatina de Galípolo começa com elogios a Lula e ‘tom cortês’ da oposição
Questionado por Tereza Cristina (PL-MS), indicado de Lula diz que autonomia do BC precisa ser 'reexplicada'
A sabatina de Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula para o Banco Central, marca a retomada dos trabalhos no Senado após o ‘recesso branco’ em virtude das eleições municipais. O líder do governo na Casa, senador Jaques Wagner (PT-BA), apresentou um relatório elogioso sobre o indicado, citando experiência profissional e competências técnicas.
Durante discurso de abertura, Galípolo agradeceu ao presidente da República pela indicação, dizendo que Lula se encaixa na categoria de ‘líder, amigo e professor’. O tom adotado, até o momento, pela oposição é cortês em relação ao indicado de Lula.
Tereza Cristina (PP-MS) abriu uma sequência de ‘perguntas ácidas’ e inqueriu o candidato sobre a autonomia do Banco Central. Galípolo afirmou que o debate sobre a autonomia do BC é alvo de ‘polarização’ e que o tema precisa de uma nova explicação.
“Aprendi que a palavra autonomia gera um debate acalorado. A gente precisa ‘reexplicar’ a autonomia. Se a gente pegar a literatura essencial sobre a autonomia do Banco Central, vemos que o Banco Central tem autonomia para buscar as metas que foram estabelecidas pelo governo democraticamente eleito”, destacou.
Autonomia
Apesar de ter autonomia operacional assegurada em lei desde 2021, a autoridade monetária não tem poder sobre o próprio orçamento. Uma PEC tramita no Senado para dispor sobre o tema com parecer favorável do senador Plínio Valério (PSDB-AM).
Campos Neto
Indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defende que a autoridade monetária está a ‘asfixiada’ pela falta de autonomia administrativa e financeira. “Estamos com os recursos humanos muito estrangulados”.
Ele destacou que a verdadeira autonomia só será alcançada quando houver independência tanto administrativa quanto financeira. Citou um estudo do economista Tobias Adrian, do Fundo Monetário Internacional (FMI), que revelou que, para 72% dos banqueiros centrais, a autonomia financeira é considerada a mais importante.
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