Acordo UE-Mercosul: Brasil entre Von der Leyen e Macron
Os principais negociadores de ambos os lados se reunirão novamente de 7 a 9 de outubro em Brasília para tentar preparar um acordo a tempo para uma cúpula de líderes do G20 em meados de novembro no Rio de Janeiro
Após um quarto de século de negociações intermitentes, um acordo entre a União Europeia e o bloco Mercosul da América do Sul está novamente ao alcance. E desta vez o presidente francês, seu oponente mais forte, pode ter perdido seu poder de veto depois que uma série de reveses políticos e eleitorais corroeram sua influência em Bruxelas.
Os principais negociadores de ambos os lados se reunirão novamente de 7 a 9 de outubro em Brasília para tentar preparar um acordo a tempo para uma cúpula de líderes do G20 em meados de novembro no Rio de Janeiro.
O anfitrião Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, diz que está pronto para assinar, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tem tentado convencer os líderes do Mercosul.
O acordo comercial — que criaria um mercado de 800 milhões de pessoas, respondendo por um quinto do PIB global e suspenderia tarifas sobre produtos que vão de carne bovina a carros — é uma das principais prioridades de von der Leyen e seu país natal, a Alemanha.
O acordo, porém, enfrentou resistência resoluta de Macron, sob pressão de fazendeiros e um público eurocético. Na verdade, seu novo governo de direita, liderado pelo primeiro-ministro Michel Barnier, é mais veementemente oposto do que seus antecessores.
“Sou a favor de qualquer acordo que pareça justo”, disse Macron em uma palestra em Berlim na quarta-feira. Questionado se achava que o acordo do Mercosul parecia justo, Macron disse: “Não”. Macron protestou que o acordo exporia a indústria e a agricultura da UE fortemente regulamentadas “a economias totalmente desalinhadas com esta regulamentação”.
Em janeiro, as negociações do Mercosul estavam se aproximando da linha de chegada, mas von der Leyen ainda precisava do apoio de Macron para garantir um segundo mandato como chefe da Comissão.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)