Laudo falso “atrapalhou”, diz presidente do PRTB sobre Marçal
Com mais de 99% das urnas apuradas, Marçal ficou de fora do segundo turno por menos de 60 mil votos; Nunes e Boulos seguem na disputa
Leonardo Avalanche, que preside o PRTB, partido de Pablo Marçal (foto), afirmou que a publicação de um laudo falso contra o adversário Guilherme Boulos (PSOL) “atrapalhou” a candidatura à Prefeitura de São Paulo.
Com mais de 99% das urnas apuradas, Marçal ficou de fora do segundo turno por menos de 60 mil votos. Boulos e o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), que liderou o primeiro turno, avançaram ao segundo.
“Acho que o resultado mostra que atrapalhou um pouco, né?… Acho que essa questão de cortar o único meio de comunicação que ele tinha, suas redes sociais, foi um fator predominante”, disse Avalanche à Folha de S. Paulo.
Marçal se pronunciará sobre o resultado deste domingo apenas pelas redes sociais, segundo informou a assessoria de imprensa do candidato.
Nunes e Boulos no segundo turno
Após uma campanha conflagrada, a disputa no segundo turno pela prefeitura de São Paulo será entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL). Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP), Nunes tem 29,49% dos votos válidos contra 29,06% do deputado psolista.
Pablo Marçal (PRTB) ficou em terceiro lugar, com 28,14%; seguido por Tabata Amaral (PSB), com 9,92%; José Luiz Datena (PSDB), 1,84%; e Marina Helena (Novo), 1,38%.
O PSDB sai dessas eleições como o maior derrotado na capital paulista. Se antes o partido era a grande força em São Paulo e mantinha na capital paulista uma espécie de fortaleza intransponível, após a morte de Bruno Covas o tucanato perdeu o rumo e o resultado das urnas pode ser o pior desde a redemocratização.
Datena teve um desempenho pífio e ao longo da campanha caiu a ponto de, na hora das urnas, ter ficado próximo da novata Marina Helena (Novo).
Do outro lado, o surgimento de Pablo Marçal embolou o jogo em São Paulo. Com sua política de lacração ao estilo Jair Bolsonaro, o ex-coach ganhou o coração do eleitor mais alinhado ao ex-presidente e conseguiu contornar o apoio público do capitão reformado ao prefeito Ricardo Nunes.
Os padrinhos políticos federais, inclusive, tiveram pouca influência na campanha em São Paulo. Lula tentou catapultar a candidatura de Boulos, mas sem sucesso. Houve pouca variação de votos pró-Boulos mesmo com a ajuda do presidente da República; do lado de Ricardo Nunes, a situação é ainda pior.
Não somente o emedebista não conseguiu cativar o eleitor bolsonarista, como ele ainda foi obrigado a observar de camarote a debandada de vários deputados federais alinhados ao ex-presidente da República para o palanque de Marçal.
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