Presidente do TRE-SP não descarta cassação de Marçal antes do 2º turno
Desembargador Silmar Fernandes se manifestou sobre o laudo usado por Marçal para acusar Guilherme Boulos de uso de drogas
O desembargador Silmar Fernandes, presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), afirmou neste domingo, 6, que Pablo Marçal (PRTB) pode ter a candidatura para a prefeitura da capital paulista cassada antes do segundo turno se comprovada a falsificação do laudo apresentado pelo influenciador para acusar Guilherme Boulos (PSOL) de uso de drogas.
“Havendo irregularidade, qualquer candidato pode ser cassado entre o primeiro e o segundo turno, depois do segundo turno e depois do diploma. Vai depender do tipo de ação, das provas produzidas. Pode ocorrer a qualquer momento. Quem desrespeita a legislação, tem punição. Ela pode demorar, mas ela chega”, disse.
Fernandes afirmou não poder avaliar o caso no momento.
“Eu não posso avaliar porque não sei o que vai acontecer. Eu não sei nem se o laudo é falso ou se não é. Isso já está judicializado. Existe inquérito policial instaurado, existem medidas judiciais tomadas pelo juiz de garantias. Nós vamos apurar.”
Relatório do Instituto de Criminalística de São Paulo atestou a adulteração do laudo apresentado pelo candidato do PRTB. Os peritos compararam oito assinaturas do médico José Roberto de Souza – que morreu há dois anos em decorrência de uma doença rara – de diferentes fontes obtidas pelos investigadores.
Filha de médico pede inelegibilidade de Marçal
Carla Maria de Oliveira Souza, filha do médico José Roberto de Souza, entrou com uma ação popular pedindo a inelegibilidade de Pablo Marçal (PRTB).
Na ação, Carla alega que o ex-coach usou de falsidade ideológica para atacar adversário político e pediu, em caráter de urgência, que Marçal seja impedido de concorrer nas eleições deste ano.
“Aquela assinatura não é dele“
Uma ex-funcionária de José Roberto de Souza, médico responsável pelo laudo publicado por Pablo Marçal (PRTB), disse ao jornal O Globo não reconhecer a assinatura que consta no documento divulgado pelo candidato.
“Trabalhei 31 anos com o doutor José Roberto. Aquela assinatura não é dele. Ele sempre falava: ‘Faço a assinatura desse jeito porque nunca ninguém vai conseguir falsificar’. Quando vi aquela assinatura, isso veio na minha cabeça e decidi zelar pelo nome dele”, disse Iolanda Rodrigues.
Ela também enviou ao jornal imagens de um certificado de conclusão de um curso que fez no Instituto de Hematologia e Hemoterapia de Campinas (IHHC), avalizado pelo patrão. O médico José Roberto de Souza, cuja assinatura aparece no receituário usado por Marçal, ingressou no Conselho Regional de Medicina em São Paulo em 1972 e já faleceu.
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