Filha de médico usado em laudo falso pede inelegibilidade de Marçal
Relatório do Instituto de Criminalística de São Paulo atestou a adulteração do laudo apresentado pelo candidato do PRTB
Carla Maria de Oliveira Souza, filha do médico José Roberto de Souza, entrou com uma ação popular pedindo a inelegibilidade de Pablo Marçal (PRTB). O influencer divulgou um laudo com uma assinatura falsa do médico para acusar Guilherme Boulos (PSOL) de uso de drogas.
Na ação, Carla alega que o ex-coach usou de falsidade ideológica para atacar adversário político e pediu, em caráter de urgência, que Marçal seja impedido de concorrer nas eleições deste ano.
Relatório do Instituto de Criminalística de São Paulo atestou a adulteração do laudo apresentado pelo candidato do PRTB. Os peritos compararam oito assinaturas do médico José Roberto de Souza – que morreu há dois anos em decorrência de uma doença rara – de diferentes fontes obtidas pelos investigadores.
“Aquela assinatura não é dele”
Uma ex-funcionária de José Roberto de Souza, médico responsável pelo laudo publicado por Pablo Marçal (PRTB), disse ao jornal O Globo não reconhecer a assinatura que consta no documento divulgado pelo candidato.
“Trabalhei 31 anos com o doutor José Roberto. Aquela assinatura não é dele. Ele sempre falava: ‘Faço a assinatura desse jeito porque nunca ninguém vai conseguir falsificar’. Quando vi aquela assinatura, isso veio na minha cabeça e decidi zelar pelo nome dele”, disse Iolanda Rodrigues.
Ela também enviou ao jornal imagens de um certificado de conclusão de um curso que fez no Instituto de Hematologia e Hemoterapia de Campinas (IHHC), avalizado pelo patrão. O médico José Roberto de Souza, cuja assinatura aparece no receituário usado por Marçal, ingressou no Conselho Regional de Medicina em São Paulo em 1972 e já faleceu.
Filha de médico rebate Marçal
A médica Aline Souza, filha do médico José Roberto de Souza, afirmou que seu pai nunca trabalhou na clínica que aparece no laudo divulgado por Pablo Marçal para acusar Boulos de uso de drogas.
O médico cuja assinatura aparece no receituário usado por Marçal já faleceu.
“Aconteceu uma coisa um tanto quanto absurda no meio dessas campanhas políticas. Não sei o por que e em qual contexto foi usado o nome e o CRM do meu pai pelo Pablo Marçal. A questão é muito grave, não sei até que ponto e por que usar a identidade de uma pessoa que nem está aqui”, afirmou Aline em vídeo divulgado neste sábado, 5.
“As coisas estão começando a ser apuradas. Mas quero esclarecer aqui que o meu pai jamais trabalhou nesta clínica que foi divulgada”, acrescentou.
Uma outra filha do médico, Carla Maria de Oliveira de Souza, disse ao Globo que a assinatura no documento apresentado pelo candidato do PRTB não era de seu pai.
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