Marçal diz não ser responsável por laudo: “Eu só publiquei”
PF abriu inquérito para analisar documento divulgado pelo candidato do PRTB para acusar Guilherme Boulos de uso de drogas
O influenciador Pablo Marçal (PTRB; foto) afirmou neste sábado, 5, não ter “nenhuma ligação” com o laudo falso usado pelo ex-coach para acusar Guilherme Boulos de uso de drogas.
“Eu, Pablo, não tenho nenhuma ligação com o laudo. Qual é o problema de ele aceitar logo e avisar para todo mundo que é cheirador? Se ele está falando [que não é], agora tem que provar”, disse em ato de campanha na zona leste.
“Não fui eu que dei o laudo, só publiquei. […] Tem que checar com meu advogado, ele que recebeu”, acrescentou.
Como noticiamos, a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar o laudo falso usado por Marçal. Os peritos federais já analisam o documento divulgado pelo candidato.
A Justiça Eleitoral reconheceu indícios de falsificação no documento. O ex-coach publicou o suposto prontuário médico enquanto participava de um podcast na sexta-feira, 4.
O documento é datado de 19/01/2021. Boulos negou a autenticidade do laudo, compartilhou imagens referentes à data mencionada na receita e declarou que pedirá a prisão de Marçal e do proprietário da clínica responsável pelo documento, a Mais Consultas.
Segundo o juiz eleitoral, “há plausibilidade” nas alegações da campanha de Boulos que apontam a “falsidade do documento”. Ele cita ainda a “proximidade” do ex-coach com o dono da clínica responsável pelo laudo e o fato de o documento médico ter sido “assinado por profissional já falecido”.
Também aponta inconsistências no documento apresentado por Marçal, como o número errado do RG do candidato do PSOL. As inconsistências vão desde erros como a frase “por minha atendido” até a palavra “cocaína” escrita sem o acento.
Em sua decisão, Colombini atendeu parte do pedido da campanha de Boulos e não determinou nova derrubada do perfil de Marçal.
“Aquela assinatura não é dele”
Uma ex-funcionária de José Roberto de Souza, médico responsável pelo laudo publicado por Pablo Marçal (PRTB), disse ao jornal O Globo não reconhecer a assinatura que consta no documento divulgado pelo candidato.
“Trabalhei 31 anos com o doutor José Roberto. Aquela assinatura não é dele. Ele sempre falava: ‘Faço a assinatura desse jeito porque nunca ninguém vai conseguir falsificar’. Quando vi aquela assinatura, isso veio na minha cabeça e decidi zelar pelo nome dele”, disse Iolanda Rodrigues.
Ela também enviou ao jornal imagens de um certificado de conclusão de um curso que fez no Instituto de Hematologia e Hemoterapia de Campinas (IHHC), avalizado pelo patrão.
O médico cuja assinatura aparece em receituário usado por Marçal ingressou no Conselho Regional de Medicina em São Paulo em 1972 e já faleceu.
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