Hungria convoca embaixadora alemã em Budapeste após críticas
A embaixadora falou da autoproclamada “missão de paz” do primeiro-ministro nacionalista Viktor Orban sobre a guerra da Rússia contra a Ucrânia, que “causou irritação dentro da UE”
A Hungria convocou esta quinta-feira, 3 de outubro, a embaixadora alemã em Budapeste, acusando-a de “violar” a soberania do país da Europa Central, após as suas críticas feitas na véspera durante uma recepção.
“Ela interferiu seriamente nos assuntos internos da Hungria e violou a soberania do nosso país”, disse o ministro das Relações Exteriores, Peter Szijjarto, no Facebook sobre a diplomata Julia Gross. “Esperamos respeito dos embaixadores estacionados no nosso país, razão pela qual o seu discurso é totalmente inaceitável”, insistiu.
No Dia da Unidade Alemã, Julia Gross disse que “a confiança” historicamente conquistada pela Hungria dentro da UE e da Otan tinha “sido cada vez mais corroída recentemente”. “Refiro-me (…) a toda uma série de incidentes, teorias, medidas e provocações que parecem não ter outro objetivo senão semear dúvidas sobre a fiabilidade da Hungria”, disse Szijjarto.
O que disse a embaixadora alemã?
A embaixadora falou da autoproclamada “missão de paz” do primeiro-ministro nacionalista Viktor Orban sobre a guerra da Rússia contra a Ucrânia, que “causou irritação dentro da UE”.
Ela também criticou o governo húngaro por atrasar durante meses a candidatura da Finlândia e da Suécia à Otan, chamando a sua atitude de “farsa”. “Acho que para vocês – eleitores húngaros, qualquer que seja a sua convicção política – isto leva cada vez mais à questão: como é que isto serve os meus interesses e como melhora a minha vida como cidadão?”, acrescentou Julia Gross.
Apesar dos estreitos laços econômicos, as relações políticas entre os dois países tornaram-se tensas recentemente. Em 5 de julho, a Hungria adiou a visita da ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, três dias antes da data prevista, alegando “razões técnicas”.
O cancelamento ocorreu no mesmo dia em que Viktor Orban viajou a Moscou para se encontrar com o ditador russo, Vladimir Putin, menos de uma semana depois de o seu país ter assumido a presidência rotativa da UE durante seis meses.
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