MPF resolve (agora) mover ação civil contra acordo do Mais Médicos
O MPF no Distrito Federal resolveu mover uma ação civil pública contra o 80º Termo de Cooperação Técnica entre o Ministério da Saúde e a Organização Panamericana de Saúde (Opas)...
O MPF no Distrito Federal resolveu mover uma ação civil pública contra o 80º Termo de Cooperação Técnica entre o Ministério da Saúde e a Organização Panamericana de Saúde (Opas).
A ação decorre de investigações iniciadas em 2013 e que constataram “vícios de legalidade, finalidade e motivação” no acordo, além de ser “amplamente vago – o que dificulta a fiscalização do seu cumprimento – e expõe o Estado a prejuízos financeiros”.
Diz o MPF: “A real aplicação dos valores bilionários repassados pelo Brasil (somados ultrapassam R$ 4 bi) é imprecisa, porque os planos de trabalho não estabelecem metas, estratégias ou resultados a serem alcançados e as prestações de contas apresentadas pela OPAS não identificam exatamente em quais despesas são gastos os recursos.
A ação relata também a disparidade dos valores pagos aos médicos cubanos em relação aos de outra nacionalidades participantes do programa. Embora a OPAS receba R$10.000,00 por profissional integrante da iniciativa, é de conhecimento público que os valores não são inteiramente repassados aos médicos, ficando boa parte retidos com o governo cubano.”
A destinação específica de tais valores financiados pelo Sistema Único de Saúde brasileiro é desconhecida, pois protegida por suposta ‘cláusula de confidencialidade’ pactuada entre a OPAS e Cuba, negando ao Ministério da Saúde qualquer ato fiscalizatório.
Para a procuradora da República responsável pela ação, Luciana Loureiro, “o acordo coloca em xeque princípios constitucionais basilares, tais como publicidade, legalidade, moralidade e motivação dos atos administrativos”. Loureiro pede à Justiça que cobre da União a prestação de contas detalhada, durante os cinco anos de vigência do contrato.
O Antagonista gostaria de saber se a OPAS ou Cuba não deveriam pagar uma multa pela rescisão unilateral do acordo, visto tratar de questão de saúde pública com enorme impacto no atendimento da população brasileira.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)