Proposta de Paes sobre Ozempic vira alvo de críticas de Ramagem
Candidato do PL critica o prefeito do Rio por priorizar medicamento caro em vez de remédios básicos
O candidato do PL à prefeitura do Rio de Janeiro, Alexandre Ramagem, criticou nesta terça-feira, 3, o prefeito Eduardo Paes, que disputa a reeleição pelo PSD, por suas declarações sobre a disponibilização do medicamento Ozempic na rede pública de saúde.
O remédio, popular entre celebridades por ajudar na perda de peso, é utilizado principalmente para o tratamento de diabetes tipo 2. Ramagem, em um vídeo publicado no Instagram, apontou a falta de medicamentos essenciais nas unidades de saúde municipais como um problema mais urgente
Em sua publicação, o candidato compartilhou relatos de moradores das favelas reclamando da ausência de remédios básicos, como dipirona e antibióticos, nas Clínicas da Família. “A gente quer uma dipirona, não tem. Queremos um antibiótico, não tem. Então é isso que você tem que fazer, tomar vergonha na cara e ir na favela ver o que os pobres estão precisando. Não é Ozempic, não!”, disse uma moradora no vídeo compartilhado por Ramagem.
Na legenda do post, o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) acusou Paes de insensibilidade e “desprezo pelas pessoas”. Segundo ele, a proposta do prefeito é uma “malandragem” para desviar o foco dos problemas de gestão da saúde pública no Rio. Ramagem vem ganhando o apoio de seguidores que consideram que Paes está “desesperado” com a proximidade das eleições.
Em resposta às críticas, aliados de Paes defenderam a medida. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, explicou que a pasta está se preparando para incorporar a semaglutida, substância ativa do Ozempic, no tratamento da obesidade e do diabetes. “A obesidade é uma doença grave e gera pesados custos aos cofres públicos”, afirmou Soranz, ressaltando que o medicamento seria uma estratégia para melhorar a saúde da população.
Paes, que admitiu ter perdido 30 kg com o uso do Ozempic, justificou a proposta como uma medida de saúde pública, não apenas estética. Atualmente, o medicamento custa cerca de R$ 1.100 na rede privada, mas deverá ter sua patente aberta em 2025, o que permitirá a fabricação de genéricos a preços mais acessíveis.
A discussão reflete o clima eleitoral cada vez mais acirrado no Rio de Janeiro, com Ramagem buscando fortalecer sua campanha ao criticar a gestão de Paes nas áreas mais sensíveis da administração pública, como a saúde.
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