Dr Furlan é reeleito em Macapá
Nem mesmo investigação sobre pagamento de propina durante obra impediu vitória no primeiro turno
O prefeito Dr. Furlan (MDB) foi reeleito em Macapá com 85,6% dos votos. No levantamento divulgado pela Quaest, encomendado pela Rede Amazônica em outubro, o prefeito já aparecia como o favorito, embora tenha apresentado uma leve oscilação em comparação com a projeção, em que tinha 91% das intenções de voto. O candidato do PSOL à prefeitura de Macapá, Paulo, recebeu 9,8% dos votos, Aline do Republicanos teve 3,70%.
Perfil
Filho de pais brasileiros, Dr. Furlan nasceu na Costa Rica e possui formação em medicina, com especialização em cirurgia cardiovascular.
O prefeito reeleito já foi membro do PTB e do Cidadania, mas migrou ao MDB para disputar a reeleição. Na sua declaração de bens ao Tribunal Superior Eleitoral, Dr. Furlan informou um patrimônio de R$ 1.262.464,77, apresentando uma diminuição de mais de R$ 1 milhão em comparação com a declaração anterior
A praça da propina em Macapá
Viralizou durante a campanha um vídeo de campanha em que o prefeito de Macapá aparece “voando de Kadett” sobre a Praça Jacy Barata, local que está no centro de uma investigação da Polícia Federal. A PF apura um suposto esquema de corrupção envolvendo o pagamento de propinas de até 20% sobre o valor de um contrato de urbanização da área.
Agentes federais realizaram buscas na Prefeitura de Macapá, na Secretaria Municipal de Obras e nas residências de pessoas investigadas. As acusações envolvem crimes como organização criminosa, corrupção ativa e passiva, concussão e lavagem de dinheiro. Se condenados, os envolvidos podem enfrentar penas que ultrapassam 40 anos de prisão.
A Polícia Federal estima que o esquema teria desviado mais de R$ 500 mil em repasses destinados à construtora responsável pelas obras de urbanização.
No vídeo de campanha, que usou uma estética inspirada em jogos eletrônicos, Dr. Furlan é mostrado dirigindo um Chevrolet Kadett conversível ao lado de sua esposa, Rayssa Furlan. Durante o sobrevoo fictício sobre Macapá, o casal destaca realizações atribuídas à atual gestão, nas áreas de saúde, educação, urbanismo e lazer.
A investigação envolve o suposto pagamento de propina de até 20% do valor do contrato da obra de revitalização da Praça Jacy Barata, destinada a funcionários da Prefeitura de Macapá. Em depoimento dado em agosto, o empresário Claudiano Monteiro de Oliveira, proprietário da C.M. de Oliveira, responsável pela execução da obra, revelou ter entregue R$ 10.000 em espécie ao secretário municipal de Obras, Cássio Cleidsen Rabelo Cruz, entre o final de 2022 e o início de 2023.
O contrato sob suspeita faz parte de um convênio de R$ 10,3 milhões, firmado em 2011 entre o Ministério do Turismo e a Prefeitura de Macapá, destinado à execução de serviços de urbanização, paisagismo e aterro hidráulico na praça, localizada na orla da cidade.
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