Foi revelado nessa quarta-feira, 2 de outubro, que o homem de 32 anos indiciado em 25 de setembro, no âmbito de um sórdido caso de violação com tortura de uma menina deficiente de 4 anos em Nantes é um membro do partido de extrema esquerda La France insoumise (LFI), tendo sido inclusive candidato por esse partido.

Trata-se de Pierre-Alain Cottineau, candidato LFI em 2021 nas eleições departamentais, na circunscrição de Ancenis-Saint-Géréon (Loire-Atlantique).

A liderança do movimento anunciou na quarta-feira, 2, a exclusão do seu ex-candidato. “Descobrimos isso com horror. Esta pessoa foi excluída esta manhã do La France insoumise”, disse o coordenador nacional do LFI, Manuel Bompard.

Pierre-Alain Cottineau foi colocado em prisão preventiva na semana passada no âmbito de uma investigação judicial aberta pelo tribunal judicial de Nantes por atos de “violação com atos de tortura ou barbárie”, “agressão sexual a um menor com menos de 15 anos por pessoa com autoridade” e “gravação, posse e divulgação de imagens pornográficas de menor”.

Pierre-Alain Cottineau admitiu sob custódia policial os atos de violação de que é acusado, admitindo também ter “inclinações pedófilas”.

Pedófilo estuprador era cuidador e militante LGBT

O criminoso trabalhava como cuidador, tendo sido aprovado como assistente de família em dezembro passado pelo departamento de Loire-Atlantique e estava “muito envolvido no ambiente associativo de Nantes”, segundo o Ministério Público de Nantes

Pierre-Alain Cottineau foi até recentemente presidente da associação Esprit Arc-en-ciel (EsAc), que ajuda e defende os direitos das pessoas LGBT+ em Ancenis, fundada em 2017. Como tal, o ativista conseguiu organizar a primeira Marcha do Orgulho no Pays d’Ancenis em 2022, reunindo pouco mais de uma centena de pessoas.

Pierre-Alain Cottineau também integrou o coletivo de Luta Contra a Violência Doméstica e Familiar. Várias contas nas redes sociais (Instagram e X) deste residente de Oudon, perto de Ancenis, foram eliminadas.

Prisão perpétua

Uma busca na casa de Pierre-Alain Cottineau resultou na descoberta de equipamentos de informática. A vítima do arguido, uma menina com uma deficiência significativa, foi tratada nos serviços pediátricos especializados do Hospital Universitário de Nantes.

O alegado autor tinha filmado vários vídeos de pornografia infantil que posteriormente partilhou online, em serviços de mensagens criptografadas como o Telegram.

Inicialmente detectado por investigadores holandeses, este conteúdo foi transmitido em 11 de setembro ao Gabinete de Menores (Ofmin), a agência francesa responsável pela luta contra o crime digital infantil. O suspeito poderá pegar prisão perpétua pelos atos de que é acusado.

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