Irã hesita em agir e expõe fragilidade do “eixo de resistência”
A morte de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, após um ataque de Israel, expôs as rachaduras do "eixo de resistência" liderado pelo Irã no Oriente Médio
A morte de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, após um ataque de Israel, expôs as rachaduras do “eixo de resistência” liderado pelo Irã no Oriente Médio.
A aliança, que reúne milícias como o Hezbollah, Hamas e grupos na Síria, Iraque e Iêmen, prometia uma resposta coordenada em caso de guerra contra Israel. No entanto, à medida que Israel intensifica seus bombardeios contra o Hezbollah, as outras facções não se mobilizaram, revelando uma fraqueza inesperada.
Uma análise publicada pelo New York Times nesta segunda-feira, 30, mostra que as facções apoiadas pelo Irã enfrentam dificuldades para agir de forma unificada. Essa desarticulação ficou evidente após o assassinato de Nasrallah, uma figura central na coordenação das milícias.
Segundo a análise, o Irã formou o eixo de resistência a partir de grupos que compartilham o ódio contra Israel e os Estados Unidos. Porém, em vez de atuar como uma aliança coesa, os membros do eixo se concentraram em conflitos regionais específicos, como o Hamas na Faixa de Gaza e os hutis no Iêmen. Com a perda de Nasrallah e a falta de uma vingança militar, a hesitação do Irã em retaliar diretamente contra Israel reflete um temor de que uma escalada envolva o próprio território iraniano.
A morte de Nasrallah abalou profundamente o eixo, que agora parece perdido em relação aos próximos passos. “O chamado eixo da resistência sempre foi, em grande parte, uma ficção de propaganda para elevar o prestígio da República Islâmica”, disse Ali Alfoneh, do Arab Gulf States Institute. Até mesmo Bashar al-Assad, que recebeu ajuda do Hezbollah durante a guerra civil síria, levou dias para lamentar publicamente a morte de Nasrallah.
Analistas acreditam que o Irã enfrenta um dilema estratégico: retaliar e arriscar um confronto direto com Israel, ou não reagir, enfraquecendo sua posição na região. Até o momento, Teerã parece optar pela cautela, enquanto o eixo de resistência dá sinais de fragmentação.
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