Atirador do shopping Morumbi, Mateus Meira, ganha liberdade após 25 anos
Cumprindo pena no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico em Salvador, sua saída marca o fim de uma longa e conturbada história judicial.
Após 25 anos, Mateus da Costa Meira, infamemente conhecido como o atirador do Shopping Morumbi, foi liberado da prisão.
Cumprindo pena no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico em Salvador, sua saída marca o fim de uma longa e conturbada história judicial.
A informação, amplamente divulgada pela mídia, foi confirmada pela Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização da Bahia.
Em 1999, Mateus, então um estudante de medicina, realizou um ataque a tiros durante uma sessão do filme “Clube da Luta”, causando a morte de três pessoas e ferindo outras quatro. Este ato de violência extrema chocou a sociedade e levou a um julgamento que culminou em sua condenação.
O atirador do Shopping: Relato dos acontecimentos
No dia 3 de novembro de 1999, Mateus estava entre os espectadores do filme no Shopping Morumbi.
Durante a sessão, ele saiu para o banheiro, de onde retornou armado com uma submetralhadora escondida em uma sacola.
Em questão de segundos, ele abriu fogo contra o público, causando pânico e tragédia.
Após o ataque, os seguranças do shopping intervieram rapidamente, conseguindo deter Mateus e entregá-lo às autoridades.
O julgamento, que ocorreu cinco anos depois, culminou na sua condenação inicial a 120 anos e seis meses de prisão, pena que posteriormente foi reduzida.
Transferência e nova realidade do atirador do Shopping
Inicialmente preso no presídio de Tremembé, Mateus foi transferido para o presídio Lemos Brito, em Salvador, em fevereiro de 2009, a pedido de sua família que residia na Bahia.
Pouco depois de sua transferência, ele foi envolvido em uma tentativa de homicídio contra um companheiro de cela, elevando novamente o nível de controvérsia sobre seu caso.
Em 2011, Mateus foi considerado inimputável pelo Tribunal de Justiça da Bahia, decisão baseada em um laudo médico que diagnosticou esquizofrenia.
Ele passou, então, a ser tratado em uma instituição especializada, saindo do sistema penal comum.
Reavaliação e liberação
Em 2019, uma nova bateria de exames médicos e psicológicos concluiu que Mateus não apresentava risco significativo de periculosidade.
Esta conclusão levou o Ministério Público da Bahia a solicitar novas avaliações para confirmar a segurança de sua eventual liberação.
Em setembro de 2023, a Justiça autorizou a desinternação de Mateus, considerando as diretrizes da política antimanicomial que preconizam a internação apenas em casos extremos.
A decisão foi baseada em relatórios que indicavam que Mateus poderia ser reintegrado ao convívio social e familiar, contanto que continuasse seu tratamento na rede privada vinculada ao seu plano de saúde.
Condições para a vida em liberdade
A liberação de Mateus está sujeita a várias condições rigorosas, que deverão ser cumpridas ao longo de um ano:
- Manter relacionamentos saudáveis com amigos, familiares e desconhecidos;
- Cumprir o recolhimento domiciliar durante a noite;
- Não portar armas de qualquer tipo;
- Abster-se de consumir álcool;
- Evitar drogas ilícitas;
- Não frequentar bares, casas de jogos ou festas populares.
O Tribunal de Justiça da Bahia mantém o processo em segredo de Justiça.
O advogado de defesa de Mateus, Vivaldo do Amaral Adães, optou por não fazer comentários sobre a decisão judicial.
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