Prévia da inflação de setembro surpreende e desacelera
IPCA-15 avançou 0,19% em setembro, contra uma expectativa de 0,29%. Nos últimos 12 meses, indicador recuou de 4,35% para 4,12%
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 5) registrou variação de 0,13% em setembro, desacelerando em relação à taxa de 0,19% observada em agosto. A previsão dos economistas consultados pela Bloomberg era de uma aceleração do indicador para 0,29% no mês.
O número foi divulgado na manhã da quarta-feira, 25, pelo IBGE (Insitutuo Brasileiro de Geografia e Estatística).
Energia elétrica impulsiona grupo de Habitação
O principal fator de alta para o índice ficou com o grupo Habitação, puxado pelo aumento da tarifa de energia elétrica residencial, que saltou de -0,42% em agosto para 0,84% em setembro. A alta reflete a entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha, patamar 1, a partir do início de setembro. Além disso, houve reajustes regionais, como a redução de 2,75% na tarifa de energia em Belém e o aumento de 0,06% em Porto Alegre.
Outro destaque foram as taxas de água e esgoto, que apresentaram variação de 0,38%. Cidades como São Paulo, Salvador e Fortaleza tiveram reajustes nas tarifas, com Salvador registrando o maior aumento, de 5,81%.
Alimentação e bebidas: leve alta após dois meses de queda
O grupo de Alimentação e Bebidas, que possui o maior peso no índice, registrou uma alta modesta de 0,05% após dois meses consecutivos de queda. A alimentação no domicílio praticamente não variou (-0,01%), com quedas nos preços da cebola (-21,88%), batata-inglesa (-13,45%) e tomate (-10,70%). Em contrapartida, itens como mamão (30,02%), banana-prata (7,29%) e café moído (3,32%) pressionaram o grupo para cima.
A alimentação fora do domicílio, por sua vez, desacelerou em relação a agosto, variando 0,22% em setembro, com altas menos intensas nos preços do lanche (0,20%) e da refeição (0,22%).
Outras variações no IPCA-15
Outros grupos que registraram alta no IPCA-15 de setembro incluem Saúde e Cuidados Pessoais (0,32%), Artigos de Residência (0,17%), Vestuário (0,12%), Educação (0,05%) e Comunicação (0,07%). Em contrapartida, os grupos Despesas Pessoais (-0,04%) e Transportes (-0,08%) apresentaram queda.
No grupo de Transportes, o destaque foi a redução no preço da gasolina, que caiu 0,66%, resultando em um impacto negativo de -0,03 ponto percentual no índice. O etanol também recuou (-1,22%), enquanto o gás veicular (2,94%) e o óleo diesel (0,18%) registraram aumentos.
Desempenho regional: variações distintas
Regionalmente, sete das onze áreas abrangidas pelo IPCA-15 tiveram alta em setembro. Salvador registrou a maior variação (0,35%), impulsionada pelos aumentos nos preços da gasolina (2,17%) e do gás de botijão (3,04%). Recife teve o menor desempenho, com queda de -0,37%, devido às quedas expressivas nos preços da gasolina (-4,51%) e da cebola (-31,80%).
A coleta de preços ocorreu entre 15 de agosto e 13 de setembro, sendo comparada aos preços vigentes no período de 16 de julho a 14 de agosto.
Acumulado no ano e últimos 12 meses
No acumulado de 2024, o IPCA-15 registra alta de 3,15%. Nos últimos 12 meses, a taxa acumulada é de 4,12%, levemente abaixo dos 4,35% observados nos 12 meses anteriores.
O próximo IPCA-15, referente ao mês de outubro, será divulgado em 24 de outubro, trazendo novas informações sobre a dinâmica inflacionária no país.
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