Boric, Milei e Biden condenam ditadura da Venezuela; Lula, não
“O Chile está especialmente atento à situação crítica que vive a Venezuela. Estamos perante uma ditadura que pretende roubar eleições, que persegue os seus adversários e que é indiferente ao exílio de milhões dos seus cidadãos", discursou Gabriel Boric
O presidente do Chile, Gabriel Boric (foto), discursou perante a Organização das Nações Unidas na 79ª Assembleia Geral da Organização, em Nova York.
Ele iniciou o seu discurso referindo-se aos conflitos Israel-Hamas e Rússia-Ucrânia, salientando sobre este último que “não podemos aceitar que seja natural que um país invada outro e fique com o seu território”.
Depois disso, o presidente de esquerda, diferentemente de Lula, que não tocou no assunto, passou a condenar a ditadura na Venezuela:
“O Chile está especialmente atento à situação crítica que vive a Venezuela. Estamos perante uma ditadura que pretende roubar eleições, que persegue os seus adversários e que é indiferente ao exílio de milhões dos seus cidadãos. É necessária uma solução política para esta crise, que reconheça o triunfo da oposição.
A crise política combina-se com a crise econômica e, em conjunto, empurraram mais de 7 milhões de venezuelanos para o exílio.”A este respeito, Boric assegurou que pelo menos 700 mil venezuelanos migraram para o Chile e acrescentou que o seu país “não está em condições de receber mais migração”.
Em suas redes sociais, a líder da oposição ao regime de Maduro, Maria Corina Machado, agradeceu ao presidente chileno pela sua manifestação: “Obrigada, presidente Gabriel Boric. Essas são as posições firmes e éticas que devem adotar os genuínos líderes democráticos do mundo, sem demora”.
Venezuela no discurso de Biden
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não esqueceu do drama dos venezuelanos em seu discurso perante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), reconhecendo a luta desse povo em busca de uma mudança de governo.
Biden referiu-se especificamente às eleições presidenciais que se realizaram em 28 de julho na Venezuela, onde o Conselho Nacional Eleitoral reelegeu Nicolás Maduro quando, na verdade, a oposição representada por Edmundo González Urrutia e liderada por María Corina Machado comprovou sua vitória através da publicação de 80% das atas.
“Já vi isso em todo o mundo: os homens e mulheres corajosos que acabaram com o apartheid, derrubaram o Muro de Berlim e lutam hoje pela liberdade, justiça e dignidade. Vimos essa jornada universal em direção aos direitos e à liberdade na Venezuela, onde os eleitores lançaram os seus votos por uma mudança que não pode ser negada”, disse o presidente dos EUA.
Milei condena cumplicidade com “ditaduras sangrentas”
O presidente da Argentina, Javier Milei, também citou a Venezuela em seu discurso na Assembleia-Geral da ONU na terça, 24, chamando-a de “ditadura sangrenta”
“Esta mesma casa que afirma defender os direitos humanos, permitiu a entrada, no Conselho de Direitos Humanos, em ditaduras sangrentas como a de Cuba e da Venezuela, sem a menor censura”.
O presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, por sua vez, não citou a Venezuela e defendeu Cuba.
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