Ao menos R$ 3 bi do Bolsa Família foram para apostas em agosto
O montante, transferido via Pix, corresponde a 20% do valor total repassado pelo programa social no mês passado
Os beneficiários do Bolsa Família gastaram 3 bilhões de reais em bets, como são conhecidas as apostas esportivas eletrônicas, via Pix em agosto. Os dados constam em uma análise técnica feita pelo Banco Central a pedido do senador Omar Aziz (PSD-AM).
O montante, segundo o BC, corresponde a 20% do valor total repassado pelo programa social no mês passado. O valor médio do benefício no mês ficou em 681,09 reais.
Dos 20 milhões de beneficiários do Bolsa Família, 5 milhões fizeram apostas no mês passado. A média de gastos por pessoa foi de 100 reais.
O relatório do Banco Central contabiliza as apostas em eventos esportivos e jogos em cassinos virtuais.
Uso do Bolsa Família com apostas pode ser ainda maior
De acordo com o Banco Central, o volume apostado por beneficiários do Bolsa Família pode ser ainda maior.
Isso porque os dados incluem apenas as apostas via Pix.
Outros meios de pagamento, como cartões de débito e de crédito e transferência eletrônica direta (TED), também podem ser utilizados para fazer apostas.
Gastos dos brasileiros com apostas eletrônicas
A análise técnica do Banco Central estima que o volume mensal de transferências para bets no Brasil seja entre 18 bilhões de reais e 21 bilhões de reais.
Apenas em agosto, os brasileiros gastaram 20,8 bilhões de reais com apostas.
O montante é mais de dez vezes superior ao arrecadado pelas loterias oficiais da Caixa Econômica Federal, que recolheram 1,9 bilhão de reais no mês passado.
Governo suspende bets irregulares
Em 17 de setembro, o Ministério da Fazenda anunciou a suspensão das empresas de apostas eletrônicas que não pediram autorização para operar no país. Segundo o ministro Fernando Haddad, o país enfrenta uma pandemia de apostas on-line.
“[A regulamentação] tem a ver com a pandemia [de apostas eletrônicas] que está instalada no país e que nós temos que começar a enfrentar, que é essa questão da dependência psicológica dos jogos”, disse Haddad.
“O objetivo da regulamentação é criar condições para que nós possamos dar amparo. Isso tem que ser tratado como entretenimento, e toda e qualquer forma de dependência tem que ser combatida pelo Estado”, acrescentou.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)