Na ONU, Lula dá sermão sobre clima enquanto Brasil pega fogo
Em seu discurso de cerca de cinco minutos, Lula falou sobre a necessidade de ações para coibir os efeitos das mudanças climáticas
Em seu discurso na “Cúpula do Futuro”, na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, realizado neste domingo, 22 de setembro, Lula afirmou que a Organização das Nações Unidas (ONU) precisa passar por uma “transformação” para resolver a questão da governança global, que, segundo ele, está em crise.
A Cúpula do Futuro reuniu chefes de Estado e governo dos 193 Estados-membros da ONU, representantes da sociedade civil, jovens, pesquisadores e representantes da sociedade civil. O evento, convocado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, visa firmar um compromisso com as nações em temas como paz, desenvolvimento sustentável, governança global.
Em seu discurso, Lula criticou o Conselho de Segurança, pediu mais representação do “sul global” Segundo ele, o Sul Global “Não está representado de forma condizente com seu atual peso político, econômico e demográfico.”
Lula disse ainda que a pandemia, os conflitos na Europa e no Oriente Médio, a corrida armamentista e a mudança do clima “escancaram as limitações das instâncias multilaterais”.
Para ele, os órgãos não têm autoridade ou meios de implementação para “fazer cumprir suas decisões” e falta legitimidade ao Conselho de Segurança, que “aplica duplos padrões ou se omite diante de atrocidades”.
Financiamento climático insuficiente
Em seu discurso de cerca de cinco minutos de duração, Lula falou sobre a necessidade de ações para coibir os efeitos das mudanças climáticas. “Os níveis atuais de redução de emissão de gases de efeito estufa e financiamento climático são insuficientes para manter o planeta seguro”, criticou.
Por “financiamento climático” entende-se pagamento de países ricos, que poluem mais, para que nações em desenvolvimento invistam em ações de mitigação e adaptação aos efeitos do aquecimento global.
Foi comunicado aos participantes que os líderes dos países teriam direito a apenas cinco minutos de fala, e que não poderiam exceder o tempo. Lula, porém, se excedeu no tempo do discurso e teve seu microfone cortado.
Enquanto Lula tenta dar lição de moral aos outros países sobre questões climáticas, o Brasil pega fogo: nos sete primeiros meses deste ano, os focos de incêndio dobraram em relação ao mesmo período de 2023. Segundo a MapBiomas, as queimadas impactaram 11,4 milhões de hectares no Brasil de janeiro a agosto. De janeiro a agosto, a área queimada representa 3 “Suíças” e meia ou 1 Portugal e meio. Também é mais que a metade do Estado de São Paulo.
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