Uerj: estudantes descumprem ordem judicial e geram confusão
Decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro previa fim da invasão de pavilhão até às 13h desta quinta, 19 de setembro
Um grupo de estudantes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) descumpriu uma ordem judicial e mantém o bloqueio à entrada de um pavilhão do campus da instituição no bairro do Maracanã nesta quinta-feira, 19 de agosto.
Decisão da 13ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro previa fim da invasão de pavilhão até às 13h.
Os estudantes usaram pedaços de madeira, canos e armas brancas contra os seguranças da universidade que tentaram desmobilizá-los pela tarde (foto).
Após a confusão, a Uerj decidiu suspender todas as atividades do campus Maracanã previstas para amanhã, sexta-feira, 20.
“A gente não tem mais um ambiente seguro de trabalho”, diz uma pesquisadora da Uerj ouvida por O Antagonista.
O motivo para a invasão do campus é o corte de benefícios oferecidos durante a pandemia.
“Não dá para a UERJ ficar pagando para estudarem lá”, diz Castro
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), rechaçou na segunda-feira, 9, a possibilidade de novos aportes financeiros do governo fluminense à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), cujos acessos do Pavilhão João Lyra Filho foram bloqueados por alunos insatisfeitos com cortes de benefícios oferecidos durante a pandemia.
Em entrevista coletiva, Castro afirmou que o governo do Rio já realizou 100% dos aportes combinados com a universidade e que não dá para a UERJ “ficar pagando para as pessoas estudarem lá”.
“A reitoria vai ter que achar com os alunos o modelo, porque não dá, para além de ser pública e gratuita, a Uerj ficar pagando para as pessoas estudarem lá. Você tem outra situação de vulnerabilidade, ok, mas virar uma faculdade que agora você paga o aluno, ainda mais o depois que o aluno falou no vídeo de ‘bolsa maconha’, mostra que estão desvirtuando a ideia de bolsa, o Estado não está aqui para dar bolsa, muito menos ‘bolsa maconha’ para aluno que quer fazer a baderna na universidade. Então o Estado chegou no limite”, disse.
150 milhões de reais para a UERJ
Como mostramos, o governo do Rio concordou em repassar 150 milhões de reais à UERJ, como parte de uma suplementação orçamentária destinada a cobrir diversas despesas até o final do ano.
Parte desse valor será utilizada para conceder auxílios financeiros a estudantes que foram excluídos dos novos critérios da Bolsa Apoio à Vulnerabilidade Social (BAVS).
A mudança nos critérios da BAVS, estabelecida pelo Ato Executivo de Decisão Administrativa (AEDA) 038/2024, gerou uma onda de revoltas entre os estudantes, levando à ocupação de prédios da UERJ. A nova regra reduz a renda mínima para elegibilidade, de um salário mínimo e meio para meio salário mínimo, o que excluiu cerca de 1.200 estudantes do benefício.
Além dos auxílios emergenciais, o repasse permitirá à UERJ honrar compromissos financeiros, como o pagamento de quase 9 mil bolsas permanência para cotistas e 6 mil bolsas acadêmicas, além de arcar com despesas operacionais.
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