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O maior desafio de Pablo Marçal no final do primeiro turno

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Wilson Lima
3 minutos de leitura 19.09.2024 06:50 comentários
Análise

O maior desafio de Pablo Marçal no final do primeiro turno

Pesquisas apontam uma cristalização do eleitorado do ex-coach, mas ele precisa avançar justamente em relação ao centro - uma missão nada simples

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Wilson Lima
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O maior desafio de Pablo Marçal no final do primeiro turno
Foto: Divulgação

Os recentes levantamentos feitos por grandes institutos de pesquisa como o Datafolha e Quaest revelam que o maior desafio do influenciador digital e ex-coach Pablo Marçal (PRTB, foto) para chegar ao segundo turno é conseguir seduzir o eleitor de centro.

Aquele cujo voto é mais conservador (não nos costumes, mas no seu entendimento sobre o papel de um gestor público) e que ainda não conseguiu ter um candidato para chamar de seu. Como mostramos, a Quaest apontou uma variação negativa de três pontos percentuais para Pablo Marçal – caiu de 23% para 20%. Ricardo Nunes (MDB) teria 24% das intenções de voto e Guilherme Boulos (PSOL), 23%.

Apesar disso, os dados da pesquisa estimulada não conseguem detectar um ponto importante: 49% dos eleitores paulistanos ainda não decidiram de fato o seu candidato a prefeito, o que abre uma margem para que Marçal tenha condições plenas de avançar rumo a um segundo turno.

Pablo Marçal divide mesmo eleitorado com outros candidatos

A questão é que os dados – mesmo dos institutos de pesquisa tradicionais – revelam que Marçal, Nunes e José Luiz Datena (PSDB), este com 10% das intenções de voto segundo a Quaest, dividem um eleitorado de perfil bem parecido em determinados aspectos: um eleitor de direita, com tendência a ser mais conservador nos costumes e liberal na economia.

Assim como a direita – em todo o Brasil – é subdividida em vários nacos representativos como lavajatistas, bolsonaristas, conservadores, militaristas, evangélicos, católicos da Renovação Carismática e por aí vai – e, nem por isso, nem todos aderem automaticamente a Jair Bolsonaro, mas todos são antipetistas -, é lícito que ocorra também uma subdivisão desse eleitor que, nem jurado de morte, votaria em Guilherme Boulos.

Hoje, Marçal já conseguiu atrair pelo menos 20% do eleitor paulistano. Esse patamar é dele e está cristalizado. Só uma hecatombe tiraria esse eleitor do ex-coach. A questão agora é como ele poderia avançar justamente entre os eleitores de Nunes e Datena. Esses três têm um inimigo comum, Boulos. Mas isso é um problema para todos eles.

O segredo para o ex-coach está na moderação do seu discurso. Mas como Marçal fará isso? Ele será “menos autêntico” agora para tentar atrair esse eleitor? Isso não soaria como uma atitude oportunista a aquele eleitor que o escolheu justamente por ser um antissistema e por ser extremamente combativo?

São respostas que cabem à campanha de Marçal. Neste aspecto, quem precisa provar que não é um “neném” é justamente ele.

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Wilson Lima

Wilson Lima é jornalista formado pela Universidade Federal do Maranhão. Trabalhou em veículos como Agência Estado, Portal iG, Congresso em Foco, Gazeta do Povo e IstoÉ. Acompanha o poder em Brasília desde 2012, tendo participado das coberturas do julgamento do mensalão, da operação Lava Jato e do impeachment de Dilma Rousseff. Em 2019, revelou a compra de lagostas por ministros do STF.

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