Crusoé: González Urrutia diz que foi coagido a assinar documento
Dissidente venezuelano afirma que foi eleito presidente da Venezuela e que só assinou documento da ditadura após "coação e chantagem"
O presidente eleito da Venezuela, Edmundo González Urrutia (foto), revelou nesta quarta-feira, 18, que foi submetido a “coação e chantagem” para assinar um documento que reconhece a vitória do ditador Nicolás Maduro no pleito realizado em julho.
Endereçado a Jorge Rodriguez Gomez, presidente da Assembleia Nacional e aliado de Maduro, o documento leva a data de 7 de setembro. Nesse dia, González deixou a Venezuela em direção à Espanha, onde está exilado.
O texto passou a ser exibido pelos vários canais estatais da ditadura de Maduro. O documento reconhece a autoridade do regime e contém o compromisso de que, na Europa, González manterá “a devida prudência, moderação e respeito” em relação ao regime.
“Ou eu assinava, ou sofria as consequências“, disse González em um vídeo publicado na plataforma X.
“Neste momento, considerei que seria mais útil estar livre do que preso e impossibilitado de cumprir com as tarefas que o Soberano me confiou. Um documento produzido sob coação é nulo, pois há um vício grave no consentimento. Não vou me calar. Jamais os trairei“, disse González Urrutia.
O dissidente narrou ainda que o papel lhe foi apresentado pelo próprio Jorge Rodríguez e por Delcy Rodríguez, vice-presidente da República, quando ele se encontrava na residência do embaixador da Espanha.
Técnica comum nas ditaduras
Exigir que dissidentes assinem documentos ditados por autoridades é um método muito comum em ditaduras, como na União Soviética, na Rússia de Vladimir Putin ou na Cuba castrista.
No passado, tais textos foram usados para convencer a opinião pública de que os dissidentes realmente tiniham cometido crimes e mereciam as pesadas condenações.
Na Venezuela atual,…
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