“Me perdoe”, diz Marçal sobre condenação
Apesar das declarações de Marçal, áudios obtidos pela PF, via grampo, mostram como foi sua participação no esquema de fraudes bancárias
Em Sabatina O Antagonista transmitida ao vivo nesta sexta-feira, 13 de setembro, o candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal (PRTB; foto) pediu perdão pela sua participação em uma quadrilha de golpes bancários em 2005.
“Arrependo profundamente de ter andado com esses caras e prestado serviço para eles… Tenho vergonha disso. Acho que isso mancha a reputação de uma pessoa. Mas eu posso fazer o quê? Foi condenado, foi prescrito e isso não tem mais nenhum impacto na minha vida”, disse Marçal, que tinha 18 anos na época do crime. Ele veio a ser condenado por furto qualificado.
“Se esse é o assunto que aperta tanto, eu quero pedir perdão para vocês por não ter sido perfeito com os meus 18 anos. me perdoe como sociedade. eu errei andando com vagabundo. eu sou alguém que odeia injustiça. Eu peço perdão para vocês. me perdoe por não ser perfeito para concorrer a esta bodega da prefeitura de São Paulo”, acrescentou.
Marçal, entretanto, insistiu em afirmar que apenas consertava os computadores e desconhecia o esquema: “Eu não tinha conhecimento. Zero”.
Ele também declarou ter gravado um vídeo “nesses dias” com o líder da quadrilha lhe pedindo desculpas por tê-lo envolvido no esquema.
Como Marçal participou de golpe bancário em 2005
Apesar das declarações de Marçal hoje, áudios obtidos pelos investigadores da Polícia Federal, via grampo telefônico, mostram como foi sua participação no esquema de fraudes bancárias.
O material, divulgado pelo Uol no domingo, 1º, consta no processo da 11ª Vara da Justiça Federal de Goiânia, que levou o ex-coach a ser condenado a quatro anos e cinco meses de prisão por furto qualificado, em abril de 2010. Ele, no entanto, não chegou a cumprir a sentença e teve a pena prescrita, em 2018.
Marçal foi preso em casa em 31 de agosto de 2005. Dois dias depois ele foi solto após contar à PF como o esquema funcionava.
O envolvimento de Marçal
Em depoimento, o ex-coach confirmou que captava endereços de e-mail para a quadrilha. O objetivo era que capturar os dados bancários das vítimas após o envio de mensagens aos e-mails captados.
“Danilo [Oliveira, chefe da quadrilha] disse que ‘Paco’ [outro integrante do grupo] inicialmente iria subtrair emails de certos hackers para repassá-los a Danilo e também iria fazer programas invasores [SPAM], que simulariam páginas de instituições bancárias para com isso capturar os dados dos correntistas”, afirmou Marçal em depoimento.
Ele também admitiu que “passou a operar” um programa para capturar e-mails de possíveis vítimas.
Os diálogos gravados pela polícia comprovam a atuação de Marçal no grupo criminoso.
Marçal confessou
Em seu depoimento antes de ser solto, Marçal chegou a confessar que participou do esquema de captação de e-mails, mas depois recuou, dizendo que só fazia a manutenção dos computadores de Danilo.
O chefe da quadrilha, no entanto, entregou Marçal.
“Eu não cheguei a fazer [captura de emails]. Eu tinha uma pessoa, que é o Pablo, que tá sendo indiciado, que fazia pra mim. Ele capturava emails. Isso aí é bom falar mesmo, porque quando eles me prometeram vender o programa, falou ‘ó, cê vai capturando emails aí, que quando você tiver uma lista boa de emails, eu vou mandar um programa pra você’. Então eu peguei, coloquei dois computadores na [casa na rua] Pouso Alto e pus o Pablo para capturar pra mim, que ele tinha maior conhecimento de informática”, disse Danilo em depoimento.
Assista na íntegra a sabatina de Pablo Marçal em O Antagonista:
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