Marçal em Sabatina OA: “Bolsonaro talvez não nos leva a lugar nenhum mais”
Candidato defendeu "fazer campanha" para Bolsonaro em 2026 se o ex-presidente puder concorrer; senão, o Brasil tem de "virar a página"
O candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal (PRTB; foto) teceu duras críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Sabatina O Antagonista transmitida ao vivo na noite desta sexta-feira, 13 de setembro.
Questionado sobre o eleitorado evangélico, Marçal citou uma notícia desta sexta, publicada pelo site Metrópoles, de que Bolsonaro teria compartilhado entre aliados no WhatsApp um vídeo antigo do candidato com críticas a igrejas católicas e evangélicas.
“Você está desesperado com o quê, Bolsonaro? Por que você está preocupado com um garoto de 37 anos? Você já foi presidente da República. Eu só te servi até agora. Não estou entendendo por que você está fazendo isso”, disse Marçal.
O candidato então comparou a situação da direita no Brasil à história bíblica de Davi e Saul, que envolve a sucessão do Reino de Israel.
“Você não vê mais o Bolsonaro com aquele discurso que fez a gente colocar ele lá [na Presidência]. Você vê um Bolsonaro na retranca“, afirmou em referência à maneira como o ex-presidente suavizou seu discurso no ato de 7 de setembro na Avenida Paulista, em São Paulo, neste ano.
Em específico, Marçal disse que o ex-presidente decepcionou seus apoiadores que pediram intervenção federal: “Alguém [Bolsonaro] que, em 2021, pediu para todos nós falar ‘nós autorizamos’. Nós falamos ‘nós autorizamos'”.
“E hoje o Silas me cobra? Alguém me cobra alguma coisa? Se ele Presidente da República não deu conta de fazer, não teve coragem de fazer. Hoje, quer colocar para um candidato a prefeitura de um partido nanico. Certeza, Bolsonaro, que você está fazendo isso? Certeza que você está ligando, postando coisa, pedindo para o Silas bater em mim? Sendo que você não deu conta de fazer o que, quando presidente, não conseguiu. Se curvou para o Centrão“, acrescentou.
Ainda assim, Marçal afirmou que vai “fazer campanha” para Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2026 se o ex-presidente conseguir se tornar elegível.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) condenou Bolsonaro à inelegibilidade até 2030 pela reunião com embaixadores de julho de 2022, durante a qual o então presidente espalhou desinformação sobre as urnas eletrônicas.
Senão, disse o candidato, “a gente tem que virar a página do Brasil. A gente tem que entender isso. Não adianta. Bolsonaro nos trouxe até aqui. Às vezes, ele não vai levar a gente em lugar nenhum mais. Que se levante mais mil Bolsonaros“.
Assista a sabatina de Pablo Marçal em O Antagonista na íntegra:
Nunes e Silas contra Marçal
A campanha do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), estabeleceu uma estratégia para chegar ao segundo turno e estancar, de vez, o crescimento do influenciador Pablo Marçal (PRTB). A tática contará com apoio intenso não somente do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como também do pastor Silas Malafaia.
A participação do ex-presidente Jair Bolsonaro também está garantida, mas ocorrerá em momento oportuno, conforme apurou este portal.
Malafaia fará o enfrentamento digital direto contra Pablo Marçal. Os primeiros embates começaram ainda no 7 de setembro, quando o influenciador acusou Malafaia de ter barrado ele nas manifestações. A ideia é que Malafaia intensifique os ataques.
Tarcísio também vai gravar novos vídeos em apoio à candidatura de Nunes e ratificar ao eleitor que o voto e Marçal teria, como resultado, um segundo turno entre o ex-coach e Guilherme Boulos (PSOL). Nesse cenário, Boulos seria o vencedor.
Como mostramos, Tarcísio gravou uma peça em que ele afirma. “Votar em Marçal é dar a vitória a Boulos”.
O ex-ministro da Secom de Jair Bolsonaro Fabio Wajngarten também vai se debruçar diuturnamente na campanha.
O ex-presidente também estará mais presente na campanha e negou ao longo desta quinta-feira, 12, qualquer possibilidade de desembarque. Apesar de ele ter viagens marcadas para estados como Santa Catarina, ele ainda deve gravar inserções para Nunes. A tendência é que isso ocorra, principalmente, no segundo turno.
“Desde o início, tentam criar uma crise artificial entre a campanha e o presidente. Isso apenas prova que o apoio dele incomoda muita gente e é determinante para a eleição de São Paulo”, informou oficialmente a campanha de Nunes.
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