Fazenda admite inflação em alta, mas culpa São Pedro
Boletim Macrofiscal aponta pressão climática por aumento nas expectativas de inflação para 2024, que passaram de 3,90% para 4,25%
De acordo com a Secretaria de Políticas Econômicas do Ministério da Fazenda a expectativa é de inflação mais alta que o antecipado, tanto para 2024 quanto para 2025. O Boletim Macrofiscal produzido pelo órgão revisou a pressão sobre os preços para este ano de 3,90% para 4,25%. Para o ano que vem, a SPE estima que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) também fique mais alto que o previsto no relatório anterior, passando de 3,30% para 3,40%.
O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, defendeu, em coletiva de apresentação das estimativas, que a culpa pela piora na pressão sobre os preços no Brasil é do clima no mundo. “Existem fatores (para o aumento nas expectativa de inflação), inclusive, o próprio fator climático pesando aqui, além de elementos como desvalorização cambial”, afirmou Mello.
A subsecretária de Política Macroeconômica, Raquel Nadal, colocou um pouco mais de luz sobre as expectativas para a inflação e explicou que, em julho, a Fazenda elevou as projeções para incorporar a adoção de bandeira amarela nas contas de luz em dezembro e aumento do preço mínimo do cigarro. Além disso, o órgão também reagiu à alta recente do dólar e aos efeitos das queimadas recentes em alguns preços.
Governo revisa PIB para 3,2% em 2024
O Boletim Macrofiscal também trouxe revisão na expectativa da crescimento da economia para o ano corrente. Segundo as previsões da SPE, o governo espera agora uma alta de 3,2% no PIB (Produto Interno Bruto) deste ano. Em julho, a expansão econômica esperada era de 2,5% para 2024.
Déficit deve ficar fora do limite da meta fiscal
Entre as mudanças, o relatório órgão também destacou a redução na expectativa de déficit primário para o ano de 2024 mostrada pelo relatório Prisma Fiscal, que coleta a visão do mercado sobre o tema. De acordo com o documento, o rombo esperado nas contas públicos até o fim do ano deve ficar em cerca de 67 bilhões de reais, sem os descontos legais previstos. Caso considere-se, os cerca de 29 bilhões de reais de gastos com as enchentes no Rio Grande do Sul, este número ainda estará cerca de 10 bilhões de reais acima do limite inferior da meta fiscal (déficit de 29 bilhões de reais).
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