“Dia triste para a democracia”
Chefe da diplomacia da UE se manifesta sobre saída de Edmundo González da Venezuela para iniciar exílio na Espanha
O alto representante da União Europeia para Relações Exteriores, o espanhol Josep Borrell, se manifestou neste domingo, 8 de setembro, sobre a saída do candidato presidencial Edmundo González da Venezuela para iniciar o exílio na Espanha.
Em comunicado, Borrell afirmou que a data de hoje marcou um “dia triste para a democracia”.
“Diante da repressão, da perseguição política e das ameaças diretas contra a sua segurança e liberdade, depois de ter recebido hospitalidade na residência holandesa em Caracas até 5 de setembro, o líder político e candidato presidencial Edmundo González, teve que solicitar asilo político e aproveitar da proteção que a Espanha lhe ofereceu.”
Disse ainda que as atas eleitorais disponibilizadas pela oposição mostra que Edmundo “seria o candidato presidencial que venceria as eleições por ampla maioria”.
“Numa democracia, nenhum líder político deveria ser forçado a procurar asilo em outro país”, acrescentou.
“A União Europeia exige que as autoridades venezuelanas ponham fim à repressão, às detenções arbitrárias e ao assédio contra membros da oposição e da sociedade civil, bem como libertem todos os presos políticos.”
González foi um dos principais alvos da perseguição da ditadura de Maduro após a fraude eleitoral de julho. O diplomata de 75 anos, que permaneceu escondido desde 30 de julho, afirma ser o vencedor das eleições que reelegeram Maduro.
Até hoje o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela não apresentou as atas eleitorais exigidas por lei, alegando uma violação do sistema. Já a oposição disponibilizou em um site mais de 80% de todos os documentos emitidos pelas urnas.
Chavismo ordena prisão de Edmundo González
A Procuradoria-Geral da Venezuela, controlada pelo chavismo, anunciou na última segunda-feira, 2 de setembro, que um tribunal expediu um mandado de prisão contra Edmundo González.
O diplomata foi intimado para prestar depoimento sobre a apuração paralela das eleições de 28 de julho. Segundo a oposição, González venceu o ditador Nicolás Maduro com cerca de 70% dos votos.
“Eles perderam toda a noção da realidade. Ao ameaçar o Presidente Eleito apenas conseguem nos unir mais e aumentar o apoio dos venezuelanos e do mundo a Edmundo González”, escreveu María Corina sobre o mandado de prisão.
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